O economista chinês Ilham Tohti é conhecido pela luta pelos direitos da minoria uigur e pela defesa de leis regionais de autonomia. Durante mais de duas décadas trabalhou para promover o diálogo e a compreensão entre uigures e chineses.

A Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu - estrutura que junta o líder do PE e dos partidos políticos representados na assembleia europeia – decidiu distinguir o intelectual Ilham Tohti, condenado em 2014 pela justiça chinesa a prisão perpétua por “separatismo”, num processo que suscitou uma onda de protestos por parte de Governos estrangeiros e organizações de defesa dos direitos humanos. Apesar da condenação, continua a ser uma voz da moderação e da reconciliação.

Ilham Tohti foi o "autor do Uyghur Online, um sítio Web que discute questões uigures", lê-se numa nota do Parlamento Europeu. Nesta plataforma, o economista "criticou regularmente a exclusão da população uigur chinesa do desenvolvimento do país e incentivou uma maior sensibilização para o estatuto e o tratamento da comunidade uigur na sociedade chinesa", continua a nota.

Ilham Tohti recebeu o Prémio PEN/Barbara Goldsmith Freedom to Write (2014), o Prémio Martin Ennals (2016) e o Prémio para a Liberdade da Internacional Liberal (2017), lembra o PE. Em 2019 foi nomeado para o Prémio Nobel da Paz.

"Nos últimos anos os uigures sofreram uma repressão sem paralelo por parte do Governo chinês, devido à sua identidade étnica e às suas crenças religiosas únicas. Desde abril de 2017, mais de um milhão de uigures inocentes foram detidos arbitrariamente numa rede de campos de internamento, onde são forçados a renunciar à sua identidade étnica e às suas convicções religiosas e a jurar fidelidade ao governo chinês", descreve o site do Parlamento Europeu.

Entre os finalistas do Prémio Sakharov deste ano estavam três ativistas brasileiras: Marielle Franco, defensora brasileira dos direitos humanos, nomeadamente da comunidade negra, das mulheres e das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexuais (LGBTI), que foi brutalmente assassinada em março do ano passado, a ambientalista Claudelice Santos e a líder indígena Raoni Metuktire.

O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, nomeado em honra do físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov, é atribuído anualmente pelo Parlamento Europeu. Foi criado em 1988 para homenagear pessoas e organizações que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

(Notícia atualizada às 13h43)