O anúncio do tema da presidência portuguesa de 2021 foi feito por António Costa na apresentação das conclusões da V Cimeira dos Países do Sul da União Europeia, que se realizou em Nicósia, no Chipre, e que contou com as presenças dos chefes de Estado e de Governo da França (Emmanuel Macron), Itália (Giuseppe Conte), Grécia (Alexis Tsipras) e Malta (Joseph Muscat), além do anfitrião, o cipriota Nicos Anastasiades).
"A próxima presidência portuguesa da União Europeia, em 2021, terá como tema fundamental o das relações entre a União Europeia e continente africano", declarou o primeiro-ministro português.
Numa alusão às questões levantadas pelas crises migratória na Europa, o líder do executivo deixou a seguinte mensagem: "Julgamos que é fundamental termos um mecanismo permanente de solidariedade, de forma a que não estejamos colocados perante a emergência cada vez que surge uma situação concreta", defendeu.
António Costa manifestou satisfação por todos os líderes dos países do sul europeu "estarem de acordo com a clara prioridade à cooperação com os países de transito" dos migrantes, "investindo no desenvolvimento económico, na paz e promoção dos direitos humanos".
"Essa é uma condição fundamental para termos uma boa gestão dos fluxos migratórios. A nossa gestão deve assentar no princípio da solidariedade e da responsabilidade. Cada barco que chega a Itália, não é um problema de Itália, mas uma questão que se coloca a toda a Europa", frisou.
Já no final, em declarações aos jornalistas, António Costa foi questionado se está seguro de que continuará a ser primeiro-ministro de Portugal em 2021, quando o país assumir a presidência da União Europeia.
António Costa argumentou "que as presidências da União Europeia preparam-se com tempo" e que o tema das relações com África é uma área onde Portugal, "por razões históricas, tem uma mais valia" no conjunto dos Estados-membros.
Sobre se será ou não primeiro-ministro em 2021, o líder do executivo respondeu que “essa é uma decisão que os portugueses tomarão em outubro".
No mesmo sentido de António Costa, o primeiro-ministro grego, Aléxis Tsipras, referiu que os países da Europa do Sul enfrentaram "duas grandes crises, a primeira de ordem financeira e a segunda de ordem migratória".
"Temos de ter uma visão de solidariedade na União Europeia. Não vamos longe cada um por si. Há uma solução europeia para todos os problemas", advertiu Aléxis Tsipras, numa crítica aos países que recusam participar na recolocação de migrantes.
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