António Costa assumiu esta posição em conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Centro Cultural de Belém, onde decorreu a reunião plenária entre o Governo português e o colégio de comissários.
"Esta presidência portuguesa ocorre num momento muito importante do combate à pandemia de covid-19, que está a ter graves consequências económicas e sociais", declarou António Costa, elogiando depois o trabalho desenvolvido pelas instituições europeias, em especial a Comissão, na resposta à crise económica, social e sanitária.
De acordo com o primeiro-ministro, nas três dimensões fundamentais da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, "a recuperação económica é o principal objetivo".
"Temos de assegurar que todos os instrumentos financeiros concebidos na anterior presidência [alemã] têm de ser operacionalizados o mais depressa possível. A ‘bazuca’ europeia [verbas do fundo europeu de recuperação] tem mesmo de ser disparada", disse.
A curto prazo, António Costa frisou que cada parlamento nacional tem de aprovar com urgência o aumento dos recursos próprios da Comissão Europeia, para assim se concretizar a emissão de dívida conjunta, o Parlamento Europeu tem de aprovar o regulamento final do Fundo de Recuperação e de Resiliência, e todos os Estados-membros têm de apresentar em Bruxelas os seus planos nacionais de recuperação.
"Esta é a primeira grande ambição da presidência portuguesa", salientou.
Depois, referiu-se às restantes duas prioridades da presidência portuguesa: o desenvolvimento do Pilar Social da União Europeia e o "reforço da autonomia estratégica" da Europa no mundo.
"Os motores da recuperação são as transições digital e climática. São grandes desafios, mas também enormes oportunidades. Estes desafios implicam reforçar a confiança dos cidadãos e das nossas empresas, em particular as pequenas e médias, de que a Europa é capaz de liderar a transição climática e a transição digital", disse.
Ou seja, de acordo com o primeiro-ministro, "reforçar o Pilar Social é uma forma de dar garantias a todos de que há oportunidades nesta transição e que ninguém será deixado para trás".
Em relação à "terceira dimensão" da presidência portuguesa, o reforço da autonomia estratégica da Europa, António Costa disse que esse objetivo deve permitir que este espaço político e económico comum "continue a ser aberto ao mundo".
"Por isso, deve reforçar as parcerias com as vizinhanças a Leste e Sul, com África, com os Estados Unidos e Reino Unido, aumentando a sua presença na região do indo-pacífico. Queremos utilizar esta presidência para colocar num novo patamar o relacionamento entre a União Europeia e a Índia", acrescentou.
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