“Eu não tenho qualquer dúvida de que um partido com a natureza do CDS, caso o atual Presidente da República se venha a recandidatar, pode, entre aspas deve, apoiar essa recandidatura”, afirmou.
Segundo o antigo eurodeputado, “aquilo que vai acontecer se o professor Marcelo Rebelo de Sousa tiver mais do que 50% dos votos é um momento histórico”, pois significa que candidatos com origem no centro direita podem estar em Belém “durante 20 anos consecutivos”.
Falando no primeiro evento da escola de quadros da Juventude Popular (JP), que começou na sexta-feira e decorre até domingo em Oliveira do Bairro (distrito de Aveiro), o centrista declarou que nenhum dos pré-candidatos lhe “dá alguma tranquilidade quanto à função de Presidente da República”.
Para Diogo Feio, as eleições presidenciais não podem ser “uma corrida para ver quem vale mais votos à esquerda” e o chefe de Estado “tem de ser sempre um patamar de estabilidade” e não “um organizador de congressos contra o Governo”.
Se tivesse de lhe atribuir um cognome, o organizador da escola de quadros optaria por “Marcelo, o moderado”, indicando que quer ver em Belém “alguém que seja um exemplo de moderação”.
O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, defendeu na semana passada que a direita “tem um presidente” que foi “eleito com o apoio do CDS e do PSD” e remeteu para depois da decisão de Marcelo Rebelo de Sousa quanto a uma eventual recandidatura nas presidenciais de 2021 a reunião dos “órgãos próprios do partido” para deliberar “no sentido de apoiar ou não” essa candidatura.
A seis meses do fim do mandato do atual Presidente da República, são já oito os pré-candidatos ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa: o deputado André Ventura (Chega), o advogado e fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves, o líder do Partido Democrático Republicano (PDR), Bruno Fialho, a eurodeputada e dirigente do BE Marisa Matias, a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes, Vitorino Silva (mais conhecido por Tino de Rans), o ex-militante do CDS Orlando Cruz e João Ferreira, do PCP.
Diogo Feio, o antigo ministro social-democrata Miguel Poiares Maduro e o presidente da Juventude Popular, Francisco Mota, debateram na sexta-feira à noite “o futuro da direita em Portugal”.
Sobre as eleições presidenciais, o conselheiro do PSD considerou “bastante provável” um segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, mas disse não estar “convencido de que o Presidente da República vá mudar assim tanto” nos próximos cinco anos.
Já relativamente às autárquicas, em destaque nesta escola de quadros, Poiares Maduro advogou que “faz todo o sentido que possa haver várias coligações entre PSD e CDS” nas autárquicas, algo que espera que aconteça.
Depois de ter defendido na semana passada uma lista única de PSD e CDS a concorrer à Câmara Municipal de Lisboa, coligação que deveria ser na sua opinião liderada por Paulo Portas, o social-democrata confidenciou que essa proposta “deu grande celeuma” dentro do PSD.
No mesmo debate, o presidente da JP concordou que Paulo Portas seria um “bom candidato” à Câmara de Lisboa, mas desafiou Poiares Maduro a liderar essa coligação.
“Só me ia causar mais dores de cabeça”, respondeu o professor universitário, indicando que lá estará “para apoiar a candidatura” do antigo líder centrista.
Relativamente a um possível apoio à recandidatura de Marcelo, Francisco Mota indicou que a estrutura que representa os jovens do CDS “poderá não apoiar o candidato do partido, mas nunca estará contra o partido”.
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