A Rua dos Lagares, na Mouraria, em Lisboa, foi o palco para um regresso às campanhas bloquistas de Ana Drago, que abandonou o BE em julho de 2014 por divergências políticas.

“É sem dúvida um grande apoio à candidata presidencial por achar que ela [Marisa Matias] é mesmo a candidata mais promissora para o futuro do país”, disse, no final, aos jornalistas.

A antiga deputada do BE explicou que quis estar a recandidata presidencial apoiada pelo BE “nesta visita que ela faz a uma luta das moradoras de Lisboa, que estão a ser atacadas” pela especulação imobiliária.

“Eu conheço a Marisa vai para 25 anos, ela era a grande dinamizadora do primeiro núcleo de estudantes do qual eu fiz parte, era uma trabalhadora incansável. Ela continua a ser uma trabalhadora incansável”, recordou.

Para Ana Drago, Marisa Matias é a candidata mais promissora porque “junta um enorme conhecimento sobre o país, visita os sítios, está nos sítios, fala com as pessoas, lida com muitos assuntos muito diferentes” e “está presente num dos debates que é mais desafiante para Portugal, que é o debate sobre a colocação de Portugal no quadro da União Europeia”, com “uma posição combativa e crítica”.

“Esta esperança, esta capacidade incansável, de lutar, de falar, de escutar, de ouvir, de estudar, de trabalhar, de estar presente, de dar força às lutas que estão no território que eu creio que fazem da Marisa uma forma de fazer política em participação democrática, cidadania, esperança para o futuro e creio por isso que ela está a ter uma campanha absolutamente extraordinária, vai ter um excelente resultado e precisamos de mais Marisas”, vaticinou.

Questionada sobre se este apoio é exclusivamente a Marisa Matias ou pode significar um regresso ao partido pelo qual foi deputada mais de 10 anos, a socióloga defendeu que a participação política não se pode reduzir “a estar num partido”.

“Creio que neste momento estou confortável com aquilo que estou a fazer e, portanto, há momentos em que me encontro, em que fazemos campanha juntos e aqui estamos na luta, espero nunca faltar a essa luta, mas não creio que seja necessário voltar a uma militância partidária, acho que não faz sentido”, respondeu.

Confrontada sobre se, caso Marisa Matias fosse coordenadora do BE, repensaria o sei regresso ao partido, Ana Drago começou por referir que “a perspetiva da Marisa Matias estar à frente de qualquer coisa é sempre bom, é sempre uma perspetiva animadora”.

“Agora isto não é sobre pessoas, é em determinados momentos encontrar-nos numa estratégia que achamos que é melhor para o país ou que é pior escolhida por uns ou por outros e acho que temos que entender que essa diversidade é natural e ainda bem que ela existe no espaço na esquerda. Houve momentos em que estivemos juntas dentro do Bloco, houve momentos em que tivemos uma discordância sobre a estratégia do Bloco. Agora estamos juntas aqui e acho que estaremos nas lutas fundamentais para o futuro”, respondeu.