Ana Gomes falava na Casa da Imprensa, em Lisboa, numa sessão em que esteve sentado na primeira fila o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, mas também antigos membros de governos socialistas como Vera Jardim e João Cravinho, assim como o presidente do Conselho Económico e Social, Francisco Assis.
Escutada pela líder parlamentar do PAN, Inês de Sousa, e pelo antigo eurodeputado e dirigente do Livre Rui Tavares, Ana Gomes definiu Isabel Soares "como uma mulher livre, que nasceu socialista por todos os costados, que é socialista de convicções, princípios e valores".
"Mas nunca viveu encostada ao PS. Isabel Soares afirmou-se profissionalmente e pessoalmente continuando a extraordinária obra de educação fundada pelo seu avô [João Soares] e depois prosseguida pela sua mãe, Maria de Jesus Barroso Soares", apontou a ex-eurodeputada socialista.
Numa sala em que estavam também o porta-voz do PAN, André Silva, assim como o ex-líder da JS Ivan Gonçalves, o antigo porta-voz do PS Paulo Pedroso e Daniel Adrião, da Comissão Política deste partido, Isabel Soares começou por recordar os seus tempos de infância e de juventude em que visitou o seu pai, Mário Soares, nas prisões, durante o Estado Novo.
Depois, em democracia, "nunca tive qualquer ambição de carreira política, mas sempre fui uma cidadã de esquerda, atenta e empenhada. Ensino sempre às novas gerações que a liberdade e a democracia são bens preciosos que têm de ser cultivados e que nunca se podem dar como garantidos - e hoje mais do que nunca", acentuou.
A diretora do Colégio Moderno e presidente da Fundação Mário Soares e Maria Barroso considerou depois que as eleições presidenciais de 24 de janeiro serão "fundamentais", numa conjuntura em que se assiste "por todo o lado ao crescimento de movimentos populistas de extrema-direita, xenófobos e racistas, aproveitando o desespero de pessoas que se sentem excluídas".
"Daí a importância de uma candidatura presidencial da área socialista. Apoio Ana Gomes porque é uma mulher frontal, corajosa e de esquerda. Enquanto estudante lutou ativamente contra a ditadura e na sua vida profissional foi uma das mais brilhantes diplomatas da sua geração, incansável defensora dos Direitos Humanos", salientou.
Isabel Soares acrescentou que Ana Gomes, como deputada europeia do PS, "foi uma voz muitas vezes incómoda, denunciando interesses poderosos e alianças estranhas mesmo no seio da sua família política".
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