“Uma candidatura diferente, que não se confunde com nenhuma das outras candidaturas, por mais de esquerda que se autoafirmem ou por mais preocupações sociais que proclamem, porque esta é distinta de qualquer delas”, afirmou Jerónimo de Sousa, que falava no comício, no Porto, que deu o arranque oficial da campanha das presidenciais.
O secretário-geral comunista centrou grande parte do seu discurso no elogio ao candidato apoiado pelo PCP e no apelo ao voto nas eleições de 24 de janeiro, frisando que esta é uma fase em que é preciso convocar “todas as energias” para alcançar o “grande objetivo de garantir uma grande votação na candidatura de João Ferreira”.
“Sim, esta é uma candidatura única, uma candidatura singular e a campanha eleitoral aí está a confirmá-lo”, frisou Jerónimo de Sousa
A falar para uma sala cheia a três terços da ocupação total de 3.000 pessoas, por causa das regras impostas pela pandemia de covid-19, o líder comunista frisou que esta é uma candidatura “necessária, indispensável e insubstituível”.
“A candidatura de João Ferreira valoriza o órgão de soberania Presidente da República, seja pelo seu percurso de seriedade, integridade, de entrega à causa da democracia, da soberania e da paz, seja pelos valores que procurará imprimir a toda a batalha eleitoral e que assumirá sendo eleito na Presidência da República”, salientou.
Nesta fase de campanha, segundo Jerónimo de Sousa, “alguns procuraram afirmar que esta força que apoia esta candidatura é inimiga da liberdade”.
“Como pode ser inimiga da liberdade quem durante tantas décadas, em que o empenhamento de milhares de homens e mulheres e jovens, alguns sacrificando a sua própria vida, como é que nós poderíamos querer destruir a liberdade se tanto e tanto lutámos por ela e queremos continuar a lutar”, salientou.
Para o líder comunista, o candidato presidencial apoiado pelo PCP apresenta-se “com um genuíno projeto político, capaz de lançar a patriótica tarefa de construir um Portugal com futuro”.
“Não basta proclamar, em tempo de epidemia, a necessidade de tirar lições das desastrosas políticas do passado nem afirmar, como faz Marcelo Rebelo de Sousa, que não podemos esperar que as soluções de ontem sejam as soluções de amanhã e, depois, fechar os olhos e deixar passar falsas soluções do passado e que são pretexto para centralizar e concentrar mais capital e riqueza nas mãos de uns poucos à custa da regressão dos salários, dos direitos e da vida da maioria”.
E continuou: “Sim, esse é o caminho que dá aval e tudo promulga quando se trata de ir ao encontro das pretensões do grande capital como fez em relação às propostas de alteração da legislação laboral, que precarizam ainda mais o trabalho”.
“É preciso romper com as políticas que servem apenas os grandes interesses, os grupos económicos dos senhores do dinheiro e da alta finança, daquelas que mesmo numa situação de pandemia continuam a pagar impostos na Holanda e que nunca encontraram da parte de quem devia exercer o seu presidencial magistério de influência uma chamada de atenção e uma palavra de condenação”.
Portugal precisa, frisou, de “novas soluções”.
A primeira campanha realizada em Portugal em estado de emergência arranca oficialmente hoje, sob a ameaça de um novo confinamento.
Concorrem às eleições de 24 de janeiro sete candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
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