A acusação foi feita pelo eurodeputado comunista na apresentação da candidatura, na Voz do Operário, em Lisboa, em que acusou o atual Presidente da República de estar "empenhado numa rearrumação das forças políticas, assente num branqueamento da política de direita", a favor do "bloco central", argumento já usado várias vezes pelo PCP nas últimas semanas.

Pela sua parte, e por oposição a Marcelo, João Ferreira prometeu defender e estar "comprometido com os interesses do povo e não com os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros".

"Não há diversões mediáticas que iludam as escolhas feitas, neste domínio, pelo atual Presidente", afirmou.

E apontou de novo a Rebelo de Sousa para o acusa de, "demasiadas vezes, ter demonstrado uma ausência, uma indiferença, uma insensibilidade perante os problemas dos trabalhadores", dando como exemplo o tempo que trabalhadoras despedidas de uma multinacional esperaram para serem recebidas pelo chefe do Estado.

Em mais um indirecta a Marcelo Rebelo de Sousa, que pelo seu estilo também ficou conhecido por “presidente dos afectos”, João Ferreira contrapõe a necessidade de o Chefe do Estado não se ficar pela “falsa empatia”.

É necessário, disse, um Presidente que defende a Constituição, mas o cargo também exige “uma genuína ligação à vida e não uma falsa empatia que se esboroa quando os assuntos são tão sérios como a dificuldade de se viver com baixos salários, pensões, reformas e prestações sociais”.

A seis meses do fim do mandato do atual Presidente da República, são já oito os pré-candidatos ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa.

São eles o deputado André Ventura (Chega), o advogado e fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves, o líder do Partido Democrático Republicano (PDR), Bruno Fialho, a eurodeputada e dirigente do BE Marisa Matias, a ex-deputada ao Parlamento Europeu e dirigente do PS Ana Gomes, Vitorino Silva (mais conhecido por Tino de Rans), o ex-militante do CDS Orlando Cruz e João Ferreira, do PCP.