“O Governo decidiu hoje que todas as escolas públicas devem fechar durante as próximas quatro semanas”, afirmou Ramaphosa num discurso transmitido pelas televisões sul-africanas e citado pela agência France-Presse.

O chefe de Estado apontou que “a tempestade do coronavírus, efetivamente, chegou” à África do Sul, assinalando que o país é o quinto com mais casos no mundo, com 408.052 infeções registadas desde o início da pandemia.

A África do Sul é um dos 20 países com mais mortes causadas pela doença provocada pelo novo coronavírus, com 6.093 vítimas mortais.

“Devemos fazer tudo ao nosso alcance para minimizar” a propagação da doença, acrescentou o chefe de Estado sul-africano, ao justificar este novo encerramento das escolas públicas.

No final de março, as autoridades sul-africanas impuseram rigorosas medidas de contenção, tendo estas sido aliviadas de forma gradual para evitar o colapso da economia daquela que é a principal potência industrial do continente.

Desde o início de junho, vários graus de ensino tinham retomado as aulas, como o último ano do ensino secundário.

Segundo Ramaphosa, as escolas, com algumas exceções, manter-se-ão fechadas a partir de 27 de julho, devendo reabrir em 24 de agosto.

“Dada a interrupção causada pela pandemia, o ano escolar atual [que se realiza entre janeiro e dezembro de 2020] será prolongado para além do final de 2020″, disse o Presidente sul-africano.

Durante o discurso, Ramaphosa anunciou também a abertura de cerca de 30 investigações por roubo ou desvio de fundos destinados à luta contra a pandemia, incluindo para o financiamento da distribuição de alimentos e para a compra de material de proteção.

Em África, há 16.434 mortos confirmados em mais de 770 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 627 mil mortos e infetou mais de 15,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.