“A formação do taxista nasceu completamente torcida. O principal problema da formação é que as matérias dadas não condizem com a realidade do nosso setor”, sustentou.

No final da sessão de encerramento do XIII Dia do Táxi, que decorreu em Viseu, Florêncio Almeida sublinhou que a formação do taxista deve ter três módulos essenciais: relações públicas, normas legais de circulação e regulamentação do setor.

“Relações públicas são essenciais para gerir qualquer conflito. Assim como a língua inglesa faz alguma falta”, destacou.

No seu entender, não faz qualquer sentido serem lecionados módulos de 12 horas que nada têm a ver com o táxi.

“Temos que, antes da formação, fazer uma seleção do perfil do motorista que quer frequentar o curso. Não é vir qualquer pessoa frequentar o curso, pois nem todas as pessoas têm condições para conduzir um táxi”, acrescentou.

A questão da formação é uma das preocupações que figuram no caderno a entregar ao Governo, de forma a que “se consiga vir a evoluir neste setor”.

Também as mais recentes plataformas de transporte de passageiros através de aplicações, que considera serem “ilegais a todos os níveis”, estão entre as preocupações.

Florêncio Almeida disse aos jornalistas que teve acesso a dois projetos-lei – um do PS e outro do PSD – que foram apresentados na Assembleia da República.

“O do PSD, se for aprovado, eles não vão cá ficar muito tempo: não querem motoristas, nem automóveis, nem querem ter compromissos e responsabilidades com ninguém”, frisou.

O presidente da ANTRAL apontou ainda a questão do vestuário dos taxistas, que gostaria de ver melhorada.

“Não aceito de forma nenhuma, como ontem [sexta-feira] vi, um moço bastante novo, numa praça de táxis em Lisboa, a sair do carro para ajudar uma senhora a entrar, de calçõezinhos e de chinelos. As pessoas têm de ter consciência que não andamos na rega, não vamos para a praia e temos de andar bem vestidos”, referiu.

De acordo com Florêncio Almeida, a lei já diz que o motorista de táxi “tem de andar devidamente bem vestido”, no entanto, defende que isto deve ficar bem definido.

“O Governo já nos alertou que não vai ser possível, porque é inconstitucional, mas pretendíamos que ficasse na lei que o motorista só podia usar camisola ou camisa, calças, sapato ou ténis e nada mais”, concluiu.