Dois aviões Boeing, os mais vendidos no mundo, caíram no ano passado, provocando a morte de 346 pessoas, tendo sido apontado como causa dos acidentes o novo sistema automático de estabilização. Os novos aviões estão proibidos de voar desde então.
Hoje, em Paris, para participar no Paris Air Show, o grande acontecimento da indústria aeroespacial, Dennis Muilenburg prometeu transparência, numa altura em que a construtora norte-americana procura revitalizar o novo modelo de avião.
Dennis Muilenburg disse aos jornalistas que a comunicação da Boeing com os reguladores, clientes e público “não foi consistente”. “E isso é inaceitável”, acrescentou.
A administração federal de aviação dos Estados Unidos culpou a Boeing por não dizer aos reguladores durante mais de um ano que o indicador de segurança do ‘cockpit’ do modelo Max não funcionou.
Os pilotos também ficaram revoltados porque a empresa não os avisou sobre o novo ‘software’ implicado nas quedas de aviões no ano passado, na Etiópia e na Indonésia.
“Nós claramente cometemos um erro na implementação do alerta”, disse Muilenburg.
O responsável manifestou-se confiante de que o Boeing 737 Max possa voltar a voar no final deste ano. Os reguladores precisam de aprovar a correção do problema para que o avião possa voltar aos céus.
Muilenburg disse também que os acidentes com os aviões da Lion Air e da Ethiopian Airlines de 2018 foram um “momento decisivo” para a Boeing e acrescentou acreditar que o resultado será uma empresa “melhor e mais forte”.
O presidente executivo da Boeing referiu ainda que empresa está a enfrentar o que aconteceu com “humildade” e centrada em reconstruir a confiança.
Na “feira” de Paris, a primeira depois da queda dos dois aviões, a Boeing prevê um número limitado de vendas, acrescentou o responsável, considerando, contudo, que a presença é importante, para falar com clientes e com outras empresas do setor.
Muilenburg disse também que a Boeing está a aumentar as suas previsões a longo prazo, pela procura global de aviões, especialmente na Ásia.
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