Segundo o autarca social-democrata, os serviços de saúde “têm uma importância relevante” no documento, mas o interior “ficou muito aquém” das expectativas.
Questionado pela agência Lusa, Carlos Chaves Monteiro disse que no PRR “escasseiam medidas que são determinantes para se promover uma coesão mais efetiva entre o litoral e o interior e que permitam que o interior possa continuar a desenvolver sentimentos de prosperidade assentes em projetos” considerados essenciais.
“Concretamente para o interior, gostaria que esta estratégia fosse muito mais além, com projetos com dimensão local e regional e com visão nacional e europeia”, afirmou.
No âmbito da audiência pública do documento, o autarca da cidade mais alta do país disse que irá propor a criação de um Porto Seco, no pressuposto de que a primeira zona económica especial do país “possa acontecer na Guarda”.
“Consideramos que é determinante para o desenvolvimento deste interior [do país] que este grande projeto possa ter aqui o seu ponto de partida”, afirmou, destacando a localização geográfica da região, da cidade e do concelho da Guarda.
O autarca lamenta que no PRR não esteja “refletido” o projeto de criação de uma zona económica especial “que promova a atração de empresas com condições especiais de localização”.
“Eu penso que esta criação tem uma dimensão e uma estrutura regional, mas que valoriza o país do ponto de vista do seu posicionamento estratégico na Europa e na capacidade de criar sinergias europeias para atrair mais empresas”, rematou o presidente da Câmara Municipal da Guarda.
O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.
Depois de um rascunho apresentado à Comissão Europeia em outubro de 2020 e de um processo de conversações com Bruxelas, o Governo português colocou na terça-feira da semana passada a versão preliminar e resumida do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em consulta pública, no qual estipula “19 componentes, que integram por sua vez 36 reformas e 77 investimentos”.
O executivo justifica que, “com base no diagnóstico de necessidades e dos desafios”, foram definidas três “dimensões estruturantes” de aposta - a da resiliência, da transição climática e da transição digital -, às quais serão alocados 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido das verbas europeias pós-crise.
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