“Penso que a Avenida Almirante Reis merece que se olhe para ela do ponto de vista do longo prazo, reperfilar urbanisticamente a avenida, para valorizar toda aquela avenida que durante anos foi, de certa forma, abandonada, ou seja, nós temos uma Avenida da Liberdade extraordinária, temos todo o eixo que vai do Saldanha até Entrecampos e, depois, temos realmente aquela parte a seguir à Alameda que tem de ser repensada”, declarou o autarca do PSD.
No âmbito da reunião pública de câmara, em que o vereador do PS Pedro Anastácio apresentou um requerimento sobre a rede ciclável e solicitou um esclarecimento da governação PSD/CDS-PP perante o que diz ser “algum ziguezague” de posições sobre este tema, o presidente da câmara disse que a intenção é de “continuar um plano de ciclovias”, porque “é importante para a cidade”, mas isso implica avaliar a rede existente em termos de segurança, estudo que aguarda por parte do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Carlos Moedas reiterou o compromisso de “muito brevemente” apresentar a proposta alternativa para a ciclovia da Avenida Almirante Reis.
Em complemento às palavras do presidente, o vereador do Planeamento de Mobilidade, Ângelo Pereira (PSD), referiu que tem tido reuniões de trabalho com o LNEC, que solicitou “uma série de dados da Direção Municipal de Manutenção e Conservação (DMMC) e da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL)”.
Ainda segundo Ângelo Pereira, está a ser realizada uma análise a toda a rede ciclável, com a identificação dos pontos que devem ser corrigidos ou adaptados, “para que se garanta a segurança não só de quem anda de bicicleta, mas também do peão que tem de atravessar as várias ciclovias”.
A vereadora do PS Inês Drummond apoiou a ideia de tornar as ciclovias mais seguras, mas questionou o contrato estabelecido com o LNEC, referindo que a instituição “ainda não está preparada para essa matéria”, até porque “os maiores especialistas, neste momento, em Portugal estão na Câmara Municipal de Lisboa, são trabalhadores do município”, sugerindo que sejam integrados especialistas internacionais no processo.
Na abertura da reunião, os vereadores do PS insistiram no esclarecimento sobre a interrupção da votação do orçamento municipal de Lisboa para 2022, na sequência das palavras de Carlos Moedas de que a proposta foi aprovada “depois de alguns dias de incerteza”, o que consideraram “inaceitável”, porque ser “totalmente falso que tenha havido alguma instabilidade à volta do tema como é que o PS votaria o orçamento”.
“É o momento de se retratar perante a cidade, de pedir desculpa aos lisboetas, de dizer que falhou na clareza, falhou na transparência”, afirmou o socialista Pedro Anastácio, referindo-se ao orçamento para habitação, em que foi anunciada a verba de 116 milhões de euros, “quando na verdade na rubrica que diz respeito à habitação apenas são 76 milhões de euros”.
Sem querer abrir a discussão vivida nos últimos dias, Carlos Moedas respondeu que se a situação podia ter sido solucionada no próprio dia em que foi levantada, mas “ao não ter sido resolvida criou incerteza”.
“O importante agora é que está resolvido”, reforçou o presidente da câmara, considerando que “não houve nenhum erro técnico”, porque “esses 116 milhões existem, esses 116 milhões que têm habitação, mas que também têm outra parte que é habitat”.
Na terça-feira, a Câmara de Lisboa aprovou o orçamento municipal para 2022, que prevê uma despesa de 1,16 mil milhões de euros, ligeiramente superior à do ano anterior (1,15 mil milhões), e que foi viabilizado graças à abstenção do PS.
A proposta orçamental do executivo tem de ser ainda votada na Assembleia Municipal de Lisboa, na reunião pública agendada para quinta-feira.
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