O autarca admitiu que a conferência “correu na perfeita normalidade”, enquanto falava no Rivoli, Teatro Municipal do Porto, acompanhado de Adrian Bridge, diretor-geral da The Fladgate Partnership, que “foi quem promoveu este evento”, e também de Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto (ACP).
“O evento não acaba hoje. O Porto Protocol é uma aposta muito importante da cidade, uma cidade que pretende ser palco de um tema da maior importância para mundo e para todos nós, que envolve economia e empresas, mas também qualidade de vida, ambiente e sustentabilidade, que é uma das prioridades deste executivo”, referiu Rui Moreira.
O presidente portuense disse ainda que, além de “todos nós começarmos a ter noção de que as alterações climáticas existem”, também se começa a perceber que “algo tem que ser feito para preparar e adaptar à alteração das condições”, não só as indústrias, mas também toda a comunidade “tem que se adaptar a uma nova realidade”, defendendo uma “envolvência entre os estados e as empresas”.
“É muito importante que haja uma colaboração estreita entre os estados, em que as cidades são chamadas a agir e as empresas. Hoje foi muito claro, no que ocorreu no Coliseu do Porto, que este é um problema que é também uma oportunidade para as empresas, perceberem que a sustentabilidade é uma grande oportunidade e naturalmente muito para os cidadãos que começam a perceber que vão ter de viver de maneira diferente”, reforçando que o “padrão de consumo tem de se alterar”.
Adrian Bridge frisou novamente que hoje é o dia de começo do “trabalho para o Porto Protocol”, destacando que esta “iniciativa importante não era possível sem as pessoas envolvidas na organização”, distribuindo elogios à Câmara do Porto, ACP e restantes ‘sponsors’.
“Para mim este dia é o que vamos começar o trabalho para fazer o próximo evento, em março de 2019”, referindo-se à conferência que se realiza para o ano, dedicada ao setor do vinho, denominada Climate Change Leadership Porto – Solutions for the wine industry.
O responsável exultou que o Porto “dá o seu nome a um vinho conhecido em várias partes do mundo”, e que por isso, dá uma capacidade de transmissão ao protocolo “a outras pessoas no setor agrícola, que é frágil”, tendo a “capacidade de partilhar soluções que ajudam a nossa vida”.
“A realidade é que o setor de vinhos, que utiliza marcas, tem a capacidade de comunicar com o consumidor final e é uma maneira de transmitir a importância deste assunto. Daqui a pouco tempo vamos começar a olhar para os produtos, sejam quais forem, feitos por empresas que têm cuidado com o ambiente e acho que esta é uma base importante. A palavra Porto e o Porto Protocol são uma boa maneira para base de expressão desta energia e força, e ampliar a definição mundialmente”, finalizou.
Para Nuno Botelho, este foi “o primeiro dia do resto da vida do Porto”, admitindo que quer “fazer com que esteja cimeira seja grande e vá crescendo em presenças de pessoas, mediatismo e notoriedade”, para que se torne numa referência como Davos, local onde se realiza o Fórum Económico Mundial.
“Davos começou assim, acho que a ambição não é pequena, mas não nos devemos limitar. Está ao nosso alcance perfeitamente dar notoriedade à cidade através de temas como este”, exemplificou.
A conferência sobre as alterações climática gerou, hoje de manhã, uma fila de cerca de duas horas para a entrada dos convidados na rua Passos Manuel, onde está montado, desde madrugada, um forte dispositivo de segurança e corte de trânsito.
O ex-Presidente dos Estados Unidos da América Barack Obama foi uma das presenças na conferência, que contou ainda com o premiado com o Nobel da Paz Mohan Munasinghe, assim como a ex-diretora-geral da UNESCO Irina Bokova e o conselheiro económico político Juan Verde.
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