“Porque é que não convence o seu partido que esta é uma boa altura para dizer se quer a regionalização ou não? Porque vamos ter eleições. Não querem discutir o assunto. O alinhamento astral é uma coisa que correu mal aos astecas, correu mal aos incas e tem corrido mal aos portugueses”, defendeu Rui Moreira.
“O PS diz que quer a regionalização, mas não a quer discutir, é o que diz a minha bola de cristal”, prosseguiu.
Rui Moreira falava na Assembleia Municipal do Porto que aprovou a rejeição da transferência das competências de vários diplomas e onde reiterou que a autarquia não passa ‘cheques em branco’.
“Se quiserem transferir coisas sem dizer quanto nos vão pagar, prefiro que continuem a pagar o Ajax”, concluiu.
O independente respondia ao deputado do grupo municipal do PS Rui Laje que considerou que esta proposta é mais um repudio “precipitado” e “pouco razoável” à lei quadro da descentralização.
“Usam a regionalizam como um álibi. E usar a regionalização como um álibi é prestar um mau serviço à causa da regionalização. O PS não desistiu da regionalização, nem vai desistir, mas enquanto os astros não se alinham para que ela se torne realidade devemos dar passos, mesmo que não isentos de falhas na descentralização”, disse.
Rui Laje lamentou por isso que o executivo “reincida” nesta posição.
Na resposta, o presidente da autarquia aconselhou o deputado Rui Laje a falar com os autarcas socialistas, nomeadamente, a Câmara de Gaia, a maior autarquia socialista da Área Metropolitana, e que recusou todas as competências.
“Ficar a tratar do Ajax, das vidraças partidas, dos centros de saúde, do pessoal auxiliar, não saber quanto é que me vão dar e não poder dizer que o centro da saúde tem que estar aberto das tantas às tantas (…) se isto é descentralização, estamos conversados” disse.
O autarca deu até o exemplo do Centro de Saúde de Azevedo que, segundo o mesmo, continua a aguardar resposta da ministra da Saúde.
“A Câmara do porto está interessada manter o Centro de Saúde em Azevedo, está disponível para investir naquele equipamento. Até agora a direção regional não sabe se a ministra quer manter o centro aberto e nem quer que a câmara faça obras”, explicou.
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