Numa cerimónia, na Maia, para evocar o centésimo aniversário da Associação Humanitária da Cruz de Malta, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu os "domínios fundamentais" que a Cruz de Malta escolheu para atuar, destacando o do "envelhecimento ativo".

"É exatamente pela mesma razão, de estímulo para o futuro, que, muitos anos depois do senhor Marechal António Óscar Fragoso Carmona ter condecorado esta instituição, eu entendi dever condecorá-la também, agradecendo 100 anos de vida mas, sobretudo, apelando a mais 100 anos e a mais 200 e a mais 400, tantos quantos forem a capacidade imorredoira da nação portuguesa", disse o Presidente da República, justificando assim a distinção.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que a Cruz de Malta "dá um passo muito importante hoje, porque não apenas sobreviveu, como quer viver e reforçar a sua importância no futuro".

O chefe de Estado enalteceu também o caminho que aquela associação escolheu seguir, considerando que “soube escolher domínios fundamentais para o futuro”.

“Soube escolher o domínio da preocupação com os portadores de deficiência, soube escolher o domínio da busca e do salvamento, isto é, da atenção e proteção dos outros, para isso apelando aos mais jovens, entrosada com as Forças Armadas, mas também com outras instituições", enumerou.

Além disso, acrescentou, “soube escolher o domínio do envelhecimento ativo, que é um dos problemas da sociedade portuguesa".

"Ainda não há muitos dias eu recordava como este país, o nosso país, o nosso Portugal, era jovem no tempo em que eu era jovem e como, em 60 anos, envelheceu de forma galopante e de como as perspetivas e os cenários são muito preocupantes porque vão no sentido errado", lembrou, repetindo o alerta que deixou na sexta-feira, numa conferência do Conselho Económico e Social, no Porto.

A Associação Humanitária Cruz de Malta foi criada em 1918, num contexto histórico-social marcado pela Primeira Grande Guerra (1914-1918), a que somaram algumas epidemias, nomeadamente a denominada Gripe Espanhola (1918-1919).