“Queria exprimir a essa família, e já tive ocasião de o fazer, falei ao longo do dia, até há minutos, com um dos membros da família que foi de propósito a Barcelona neste momento doloroso e tive ocasião de lhe dizer o que está no coração de todos os portugueses, como nós o acompanhamos, a ele e à sua mulher, neste momento doloroso”, afirmou o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, numa declaração aos jornalistas, no Algarve.

Uma portuguesa de 74 anos, que residia na área da Grande Lisboa, foi uma das 13 vítimas mortais do ataque terrorista que ocorreu na quinta-feira em Barcelona.

Uma jovem de 20 anos, neta da mulher que morreu, está dada como desaparecida.

Entretanto, os pais da jovem portuguesa dada como desaparecida em Barcelona, na quinta-feira, foram chamados pelas autoridades espanholas para verificarem a identidade de uma das vítimas no Instituto Forense, disse hoje à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

O Presidente ser compreensível que suas palavras se dirijam hoje “para a família portuguesa atingida por este atentado”, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou ainda que também teve “ocasião de falar telefonicamente com sua majestade” para transmitir ao rei de Espanha que o povo português está “a vibrar intensamente com aquilo que ocorreu em Barcelona” e “ao lado do povo espanhol”.

Mas, acrescentou, igualmente ao lado “dos muito povos que foram atingidos pelo atentado”.

“Foram dezenas de nacionalidades, quer em mortos quer em feridos, que foram envolvidos neste atentado”, notou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa proferiu estas palavras numa declaração aos jornalistas realizada na Junta de Freguesia de Almancil, no concelho de Loulé, no Algarve, onde considerou que “haver vítimas portuguesas do terrorismo em Barcelona acrescenta mais dor a nossa dor” e chega até a ser “mais importante mesmo que o pesar” que transmitiu “também pessoalmente, por telefone, ao Presidente finlandês pelo que ocorreu na Finlândia”.

“Há aqui um problema mundial, que exige uma resposta global, mas hoje o nosso pensamento e a nossa dor vai para aquela família, família emigrante, mas portuguesa, e que teve esta dor que começou de manhã e que naturalmente se prolongou ao longo do dia”, insistiu.

Marcelo Rebelo de Sousa posicionou-se ainda ao lado do Governo na “preocupação” que estes atentados terroristas causam, mas assegurou que “há em Portugal dispositivos de segurança e não há razões para alterar aquilo que é a situação vivida até aos atentados de Barcelona e na Finlândia”.

“Agora, há razões para nós percebermos que não pode haver complacência em relação ao terrorismo, nem pacto, nem negociação, tem que haver segurança dos cidadãos e uma cultura democrática e humanista”, posicionou-se o chefe de Estado português.

O Presidente da República disse ainda que as sociedades ocidentais que estão a ser atingidas pelo terrorismo islâmico “não podem deixar-se derrotar por essa incultura ou anticultura” e por ações que vão “contra a dignidade da pessoa humana e os direitos das pessoas”.

“Mas hoje, o que nos une a todos, a nós portugueses, é a dor daquela família, uma dor muito profunda, que começou esta manhã e tem continuado ao longo do dia”, reiterou.

[Notícia atualizada às 22:09]