“Hoje, anunciamos a contagem decrescente para o dia em que a Crimeia será desocupada”, disse Volodymyr Zelensky, citado pela agência EFE.
Zelensky disse que a península, que em tamanho excede o território de alguns países europeus, está ocupada pela Rússia desde há sete anos, e “não se pode perder mais um dia”.
“Temos de começar a escrever uma nova página na história da Ucrânia e na história da Crimeia ucraniana”, insistiu.
Zelensky afirmou que a Ucrânia precisa dos “esforços conjuntos” da comunidade internacional para alcançar o seu objetivo através de métodos políticos.
O chefe de Estado ucraniano disse que após a anexação, a Crimeia passou de um local de lazer e descanso para “uma base militar”.
“A ocupação da Crimeia levanta dúvidas sobre o sistema de segurança internacional, particularmente no que diz respeito à não viabilidade das fronteiras”, afirmou.
Zelensky defendeu que “nenhuma nação se pode sentir segura” após os acontecimentos de 2014, que resultaram na anexação da Crimeia.
O Presidente da Ucrânia anunciou também que os participantes na cimeira da Plataforma Crimeia, que lançou em fevereiro deste ano, vão divulgar uma declaração conjunta para que a questão não saia da agenda internacional.
“A Ucrânia e eu pessoalmente faremos tudo o que for possível para devolver a Crimeia, para fazer da Crimeia, juntamente com a Ucrânia, uma parte da Europa”, concluiu.
A ocupação pela Rússia da península ucraniana da Crimeia, em março de 2014, não é reconhecida pela comunidade internacional.
Desde a ocupação da Crimeia, a Ucrânia mantém um conflito armado no Leste do país com rebeldes apoiados pela Rússia, que provocaram cerca de 14.000, segundo a ONU.
A Plataforma Crimeia é uma iniciativa diplomática da Ucrânia que pretende ser um mecanismo de coordenação internacional para chamar a atenção global para a anexação da península pela Rússia.
A proteção dos ucranianos locais e dos tártaros da Crimeia e do seu património religioso, a prevenção de violações dos direitos humanos, a liberdade de navegação internacional nos mares Negro e de Azov e a militarização russa da península estão entre os tópicos a ser discutidos na cimeira.
O encontro conta com a participação de representantes de cerca de 40 países e organizações, incluindo o comissário Europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis.
O comissário europeu reafirmou no seu discurso a posição já expressa pela União Europeia de condenação da ocupação da Crimeia.
“A UE continuará a apoiar os esforços diplomáticos da Ucrânia para pôr fim à anexação ilegal e à ocupação temporária da Crimeia e para manter esta questão no topo da agenda internacional”, afirmou Valdis Dombrovkis.
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