Segundo João Lourenço, no âmbito desta linha de financiamento de Portugal a empresas portuguesas em Angola — da Companhia de Seguro de Créditos (COSEC) – 36 projetos estão já concluídos, 11 estão em fase de execução e 12 “aguardam pela assinatura dos respetivos contratos de financiamento”.
Dirigindo-se a empresários presentes na sessão de encerramento do Fórum Económico Portugal — Angola, que decorreu na Alfândega do Porto, o Presidente admitiu que “a crise económica e financeira internacional teve consequências na cooperação entre os dois países”.
Angola “em — era o 4.º maior cliente de Portugal, passando depois para 6.º e mais recentemente para 8.º, em 2016″, lembrou.
João Lourenço salientou, no entanto, que “as dívidas entretanto contraídas por empresas angolanas, uma vez certificadas pelo Ministério das Finanças e pelo Banco Nacional de Angola, têm vindo gradualmente a ser saldadas num ritmo considerado satisfatório pelas partes”.
O chefe de Estado angolano reafirmou que, além da modalidade de pagamento por via da transferência bancária, este pode também ser feito com recurso às obrigações do tesouro, compensação fiscal e “soluções que integram as três componentes já referidas”.
“Pensamos, por isso, que o atual estado da economia angolana é animador e as projeções de vários organismos independentes indicam um crescimento médio real de 3% para os próximos quatro anos. Isso significa que o investimento tenderá a crescer e se poderão aproveitar as vantagens para expandir os negócios e o comércio feitos em Angola para os mercados da áfrica central e austral”, adiantou.
O Presidente afirmou que, “com a criação pelo executivo angolano de condições de natureza política, macroeconómica e de regulamentação de investimentos, com o empenho com que tem estado a por freio às práticas lesivas do erário publico e a combater a corrupção e a imunidade”, julga estarem “superadas as razões que levavam muitos homens de negócio portugueses a abrandar o ritmo e volume dos seus investimentos em Angola”.
“Os novos procedimentos para atribuição de vistos para os investidores e turistas também ajudam a criar um melhor ambiente de negócios”, disse, referindo-se à aprovação recente do “visto do investidor”.
Este visto “garante um tratamento diferenciado em termos de entrada e permanência no país aos homens dos negócios que, investindo no país, pretendem acompanhar de perto os seus projetos”, acrescentou.
João Lourenço enalteceu o facto de “muitos empresários que operam em Angola” serem “bem-sucedidos, apesar das dificuldades atuais que o pais atravessa”.
Na sua opinião, esse “sucesso advém do seu empenho e do seu engenho, na medida em que são criativos na busca de soluções para os problemas com que se deparam”.
O Presidente de Angola terminou o seu discurso reiterando “o convite” aos empresários para que “invistam, sem hesitação”, no seu país.
“Tenho a certeza que no final seremos todos ganhadores. Sejam, pois, bem-vindos a Angola”, concluiu.
Nesta visita de Estado de três dias a Portugal, João Lourenço foi condecorado na quinta-feira, com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
João Lourenço considerou que a sua visita de Estado a Portugal – a primeira desde que assumiu o cargo há um ano – inicia um “novo e promissor ciclo” nas relações bilaterais.
Esta é também a primeira do género de um Presidente angolano a Portugal desde 2009 e envolveu hoje, no Palácio da Bolsa, assinatura de 13 acordos entre os dois governos, tendo João Lourenço anunciado ainda, na quinta-feira, que o chefe de Estado português visitará Angola em 2019.
O programa oficial da visita de Estado termina no sábado, com a deslocação à Base Naval do Alfeite, estando o regresso de João Lourenço a Luanda previsto para domingo.
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