Além de Catarina Barreto, que foi eleita pela coligação Aliança com Aveiro (PSD/CDS/PPM), o processo tem mais cinco arguidos, incluindo três membros do atual executivo (dois vogais e o tesoureiro), a secretária da Junta à data dos factos e um funcionário.

O processo, consultado hoje pela Lusa, inclui vários elementos de prova recolhidos pela Polícia Judiciária (PJ) durante as buscas à junta, em janeiro de 2023, relacionados com alegados factos criminosos ocorridos durante o mandato de 2017 a 2021.

Uma das situações tem a ver com o uso indevido de dinheiros públicos para pagar a um fotógrafo profissional que terá sido contratado para cobrir a cerimónia de apresentação da recandidatura de Catarina Barreto à presidência da junta, nas eleições autárquicas em 2021.

Entre as contas pagas pela junta consta uma fatura de um fotógrafo profissional, datada de 20 de setembro de 2021, para a prestação de “serviço de fotografia - apresentação candidatura”, no valor de 250 euros.

Para além do registo fotográfico da sessão de apresentação da candidatura, o trabalho incluiu a montagem de um cenário e uma sessão de fotografia com cada um dos membros da lista da Aliança com Aveiro (PSD/CDS/PPM), para serem utilizadas em material de campanha.

Durante o interrogatório na PJ, a autarca negou que o fotógrafo em causa tenha sido contratado para realizar o referido evento, alegando que a fatura de 250 euros emitida pelo mesmo corresponde à elaboração de cinco quadros que encomendou para uma homenagem.

Esta versão foi negada pelo fotógrafo também nas declarações à Judiciária.

Sobre a presidente da Junta recaem ainda suspeitas de pagamentos indevidos de almoços e jantares com dinheiro público, em homenagens, inaugurações, museus e outras despesas sem ligação às suas públicas incumbências.

A autarca terá ainda canalizado dinheiros públicos para uma rádio local alegadamente a troco de um espaço de opinião/análise política local e nacional.

A Lusa tentou contactar a presidente da Junta de Aradas, mas até ao momento não foi possível.