A pasta da Defesa foi assumida por Ruslan Zhaksilikov, “com 30 anos de experiência no exército”, disse Tokayev ao apresentar o novo ministro.

“Zhaksilikov começou por baixo e chegou a ocupar vários cargos diretivos, incluindo como chefe da Guarda Nacional e vice-ministro [do Interior]”, segundo informou o palácio presidencial Akorda.

Tokayev indicou que o exército deve ser “o baluarte da independência” do Cazaquistão e zelar pelos seus interesses.

“Durante os acontecimentos de janeiro, as Forças Armadas não puderam cumprir com dignidade as tarefas que lhes foram confiadas devido à extrema insegurança e ausência de liderança”, disse o Presidente cazaque.

Acrescentou ainda que devido à má gestão da situação, o Cazaquistão não consegui abordar a situação com forças próprias, e “teve de pedir ajuda externa”, numa alusão à chegada de um contingente militar da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma aliança pós-soviética liderada pela Rússia.

Cerca de 2.000 militares enviados pela OTSC permaneceram no Cazaquistão durante duas semanas e hoje o comando do contingente anunciou o fim da sua missão, e com a retirada das tropas do país asiático.

A destituição do ministro da Defesa insere-se numa “purga” movida pelas autoridades cazaques contra as elites próximas do ex-Presidente Nursultan Nazarbayev após os protestos que de início foram motivados pela subida dos preços do gás liquefeito, usado no país como alternativa menos dispendiosa à gasolina.

Nos últimos dias, Tokayev destituiu vários dos familiares e antigos ajudantes de Nazarbayev, que as autoridades acusam de estarem na origem dos distúrbios, levando à detenção de diversos altos funcionários.

Os últimos afastamentos incluem o genro e o sobrinho de Nazarbayev, o primeiro considerado um dos homens mais ricos do país banhado pelo Mar Cáspio, e o segundo que ocupava a vice-presidência do Comité de Segurança Nacional.

Os deputados cazaques também aprovaram hoje uma emenda à lei que revoga o caráter vitalício da presidência da Assembleia do Povo do Cazaquistão, um órgão consultivo adjunto à chefia do Estado, e do Conselho de Segurança, com ambos os cargos até ao momento assumidos por Nazarbayev.

A decisão, ainda dependente da aprovação do Senado, implica que os dois organismos passam a ser liderados pelo atual Presidente.

Em 05 de janeiro, e pouco após o início dos distúrbios, Tokayev anunciou que assumia a direção do Conselho de Segurança do país, um cargo que permanecia sob o controlo de Nazarbayev após abandonar a presidência em 2019.

Os últimos dados oficiais indicam que nos violentos tumultos do início de janeiro morreram 227 pessoas, 19 delas membros das forças de segurança, e mais de 4.500 ficaram feridas.

As autoridades cazaques consideraram os tumultos uma tentativa de golpe de Estado perpetrada por “bandidos armados” e “terroristas internacionais”.

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