Naquela que foi a primeira intervenção pública de Rohani desde o início da onda de protestos no Irão, na quinta-feira, o Presidente iraniano admitiu que é preciso criar “um espaço para que os partidários da revolução e o povo possam exprimir as suas inquietações quotidianas”.

No entanto, apesar de reconhecer o direito ao protesto dos manifestantes, Rohani disse que estes não podem fazer com que o restante povo “se sinta preocupado quanto às suas vidas e quanto à sua segurança”.

No sábado, Teerão foi palco de uma vaga de manifestações espontâneas contra o fraco desempenho da economia iraniana, com estudantes universitários e outros a entoarem cânticos contra o governo.

Pelo menos 200 pessoas foram detidas na sequência de protestos no sábado em Teerão, informou o vice-governador da capital, Ali Asghar Nasserbakht, citado hoje pela agência ILNA.

Nasserbakht disse que a polícia deteve pessoas que planeavam realizar motins e distúrbios, bem como a destruição de instalações públicas.

O mesmo responsável, que tem a tutela da segurança em Teerão, avançou que foram detidos cerca de 40 líderes dos manifestantes.

Os protestos seguiram-se a um comício de elementos conservadores, apoiantes da ala dura e do “status quo” clerical islâmico no país. Trata-se da maior vaga de protestos na República Islâmica do Irão desde os que se seguiram às eleições presidenciais de 2009.

Na quinta-feira os protestos começaram em Mashhad, a segunda maior cidade iraniana e local sagrado para os peregrinos xiitas.

O Presidente iraniano também contestou as declarações do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que desde o início dos protestos tem incentivado os manifestantes com mensagens através do Twitter.

Rohani disse que Trump se esquece que, há alguns meses, chamou terroristas aos iranianos em geral.

“Este senhor nos Estados Unidos, que pretende ganhar a simpatia do povo iraniano, esquece-se que lhes chamou terroristas há alguns meses. Não tem o direito de se compadecer do povo iraniano”, disse Rohani.

O chefe de Estado iraniano também reconheceu que as preocupações do povo do Irão vão além das questões económicas, abarcando também temas como acusações de corrupção entre altos responsáveis e a transparência do governo.

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