No único dia de sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em Bruxelas, o italiano Sassoli, que não está a presidir aos trabalhos, divulgou um comunicado no qual indica que esteve no passado fim de semana em Itália, pelo que, como medida de precaução, decidiu exercer as suas funções de presidente da assembleia desde a sua residência em Bruxelas nos próximos 14 dias, cumprindo o protocolo de saúde em vigor na assembleia.

“As novas orientações introduzidas pelo Governo italiano estendem a área protegida a todo o território nacional. Tal acarreta consequências importantes para o comportamento dos deputados italianos ao Parlamento Europeu. Por essa razão, após ter estado em Itália no último fim de semana, decidi como precaução seguir as medidas indicadas e exercer as minhas funções de presidente desde a minha casa em Bruxelas, em cumprimento dos 14 dias [de quarentena] indicados pelo protocolo de saúde”, anunciou.

Apontando que o surto de Covid-19 “obriga todos a serem responsáveis e cuidadosos”, Sassoli admite que este é “um momento delicado” para todos, mas sublinhou que “o Parlamento vai continuar a trabalhar para exercer os seus deveres”, pois “nenhum vírus pode bloquear a democracia”.

O anúncio de Sassoli ocorre num momento em que decorre um debate no Parlamento Europeu, em Bruxelas, sobre a resposta da União Europeia ao surto do novo coronavírus.

Este debate marca a sessão plenária de março, que foi ‘transferida’, na semana passada, de Estrasburgo para Bruxelas, e reduzida na segunda-feira a um só dia de trabalhos, precisamente devido à epidemia do novo coronavírus.

Na segunda-feira, dia em que era suposto ter início a sessão plenária, a Conferência de Presidentes do PE decidiu reduzir os trabalhos, previstos até quinta-feira, para uma só jornada, e sem votações no hemiciclo, como medida sanitária de prevenção.

“O Parlamento Europeu quer permanecer aberto e dar continuidade aos seus trabalhos, mas temos de tomar todas as precauções necessárias e reduzir ao mínimo as atividades”, justificou então o presidente da assembleia, ao anunciar as alterações à agenda da sessão plenária.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.900 mortos.

Cerca de 113 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.