Em comunicado, a Polícia Federal do Brasil, que indica ter concluído o inquérito, disse que Gleisi Hoffmann recebeu subornos da construtora Odebrecht disfarçados de doações eleitorais em 2014.

A senadora do PT terá recebido oito pagamentos de 500.000 reais (135.434 euros) cada, que foram registados numa folha de cálculo apreendida a uma funcionária do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que ficou conhecido como o departamento que efetuava os subornos, segundo o mesmo comunicado, citado pela imprensa brasileira.

De acordo com a Polícia Federal brasileira, os pagamentos foram feitos a um dos sócios de uma empresa que prestou serviços de marketing e propaganda a Gleisi Hoffmann durante a campanha eleitoral de 2014, que resultou na sua reeleição como senadora.

As autoridades encontraram outros três pagamentos à mesma empresa: um de 150.000 reais (40.630 euros), realizado em 2008, e outros dois, na mesma soma, em 2010.

As investigações também sinalizam indícios de corrupção e lavagem de dinheiro por parte do marido de Hoffman, o ex-ministro Paulo Bernardo, e pelo então chefe do gabinete da senadora Leones Dall Agnol.

Hoffmann, de 51 anos, tornou-se na primeira mulher a ser eleita para dirigir o Partido dos Trabalhadores, fundado, entre outros, pelo antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em 1980.

A atual senadora — que foi ministra da presidência durante a administração de Dilma Rousseff — já é ré no Supremo Tribunal Federal, recaindo sobre si a suspeita de que recebeu dinheiro desviado da petrolífera estatal Petrobras.