“Portugal precisa de esperança, não nos podemos resignar a esta marca dos governos do PS que é o empobrecimento. Vemos os jovens a partir, vemos os que estão na vida ativa a ganhar baixos salários, vemos os que estão reformados com medo que o Governo lhes corte na sua pensão”, refere Luís Montenegro.
Como alternativa, propõe um “Portugal de esperança”, com resposta para os problemas do dia-a-dia das pessoas, como o custo de vida, a saúde, a educação, a justiça, a criminalidade, o “aumento da insegurança” ou as “carências na área da habitação”.
“Estamos no PSD a cumprir a nossa missão de dar a Portugal um novo governo. Não vamos dar descanso a este Governo do PS, à sua inoperância, um governo que está enredado em casos, casinhos, escândalos, numa degradação institucional nunca vista até hoje em Portugal”, criticou.
Em 28 de maio de 2022, poucos meses depois de o PS ter conquistado maioria absoluta nas legislativas com mandato até 2026, o antigo líder parlamentar do PSD venceu com facilidade – 72,5% contra Jorge Moreira da Silva — as eleições diretas no PSD, meta que falhara dois anos antes, contra o então presidente Rui Rio.
Luís Montenegro só completará um ano de mandato em 03 de julho, já que apenas assumiu plenas funções como presidente do partido no Congresso do Porto.
Apesar de, teoricamente, faltarem três anos para as legislativas, desde dezembro, com a sucessão de ‘casos’ relacionados com a TAP e envolvendo vários membros do executivo, a mensagem política do PSD endureceu e a palavra ‘dissolução’ entrou de forma inesperada no discurso político — incluindo no do Presidente da República.
Luís Montenegro nunca pediu eleições antecipadas, nem na sequência da manutenção do ministro das Infraestruturas, João Galamba, no Governo, mas já assegurou estar preparado para as disputar a qualquer momento.
Depois de ter tido algumas divergências públicas com o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa sobre se o PSD já é ou não uma alternativa sólida ao Governo, o líder do PSD recebeu há uma semana o apoio de peso de Aníbal Cavaco Silva.
Além de considerar “totalmente falso” que o PSD não esteja a apresentar políticas alternativas, o antigo primeiro-ministro e Presidente da República disse até que Montenegro está “tão ou mais bem preparado” do que ele quando assumiu a chefia do Governo.
Montenegro subiu o tom e foi esta semana à Madeira dizer ao PS que “o poder não é eterno”: “Está a chegar a nossa vez”, avisou.
Nestes primeiros meses de mandato, Montenegro tem tido quase total paz interna, foi-se distanciando do partido Chega, mas os casos judiciais também tocaram nos sociais-democratas.
Joaquim Pinto Moreira — um dos mais próximos de Montenegro na campanha interna de 2020 — foi constituído arguido no final de março, na “Operação Vórtex”, e suspendeu o mandato de deputado, mas na sexta-feira informou o parlamento de que quer voltar. A direção do PSD diz ter sido apanhada de surpresa e convocou uma reunião do seu núcleo duro para segunda-feira.
Esta semana, vários sociais-democratas, entre eles o atual deputado Carlos Eduardo Reis (que não é arguido nem nunca foi ouvido), viram o seu nome envolvido numa série de reportagens da TVI/CNN Portugal, com base nas escutas e comunicações da “Operação Tutti Frutti”, com o PSD a pedir rapidez na investigação e a avisar que não pactuará com qualquer falha ética ou legal.
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