O Governo britânico decidiu enviar para o Ruanda requerentes de asilo que chegaram ilegalmente ao país, alegando querer coibir travessias ilegais do canal da Mancha, mas o primeiro voo foi bloqueado em 14 de junho por uma decisão de emergência do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
“Considero que o acordo ainda está em vigor e pode ser aplicado”, defendeu Kagame numa videoconferência no Fórum Económico do Qatar em Doha.
“Não somos novatos no assunto”, continuou o Presidente ruandês, recordando que o seu país acolheu mais de 100 mil refugiados durante décadas.
“A maioria dos ruandeses teve a experiência de ser refugiado em algum momento das suas vidas. Sabemos o que isso significa e estamos a fazer isso pelas razões certas”, acrescentou.
Paul Kagame mencionou designadamente a receção de mais de 1.000 líbios em colaboração com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
“O acordo com o Reino Unido está ligado a esta experiência. Não há dúvida de que o sistema de asilo tem falhas e precisa de soluções inovadoras, e estamos felizes em contribuir para essas soluções”, disse o Presidente ruandês, acreditando que poderia ser adotado por outros países.
Muito criticado pela ONU e organizações não-governamentais, o plano de Londres de enviar requerentes de asilo que chegaram ilegalmente ao Reino Unido para o Ruanda (a mais de 6.000 quilómetros de distância) é muito popular entre o eleitorado conservador.
O país da África Oriental recebe a cimeira da Commonwealth na sexta-feira e no sábado.
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