A tirada surge na altura em que as Filipinas e os Estados Unidos iniciaram as suas manobras militares anuais conjuntas, que Duterte já tinha avisado poderiam ser as últimas da sua presidência, em resposta a críticas dos Estados Unidos à sua sangrenta guerra ao crime.
“Perdi o respeito pela América”, disse Duterte, queixando-se em dois discursos sobre os apelos feitos por Estados Unidos, Nações Unidas e União Europeia para as Filipinas respeitarem os direitos humanos.
“Senhor Obama, pode ir para o inferno”, acrescentou.
Duterte também classificou os norte-americanos como “hipócritas” e advertiu de que poderá chegar o dia em que ele rompa totalmente a aliança entre as duas nações, que inclui um acordo de defesa mútua.
“Mais cedo ou mais tarde no meu mandato, poderei cortar laços com a América. Prefiro recorrer à Rússia ou à China. Mesmo que não concordemos com a sua ideologia, elas têm respeito pelas pessoas. O respeito é importante”, sublinhou.
O líder filipino, que assumiu o cargo a 30 de junho, tem dito que a principal prioridade do seu mandato de seis anos é erradicar as drogas ilegais da sociedade e que “massacrará com gosto” três milhões de toxicodependentes para alcançar o seu objetivo.
Até agora, mais de 3.000 pessoas morreram na guerra ao crime, de acordo com números oficiais, enquanto os grupos de direitos humanos alertam para a existência de esquadrões da morte formados por vigilantes que perpetram assassínios em massa e para um colapso generalizado do Estado de direito.
Apesar da retórica feroz, Duterte insiste em afirmar que não está a violar quaisquer leis, que a polícia só está a matar em legítima defesa e que muitas das outras mortes são resultantes de guerras entre gangues.
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