"Enquanto governo, enquanto Estado, conhecemos e ouvimos esta demanda", respondeu o presidente a uma multidão de partidários que pediam pena morte para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, que teve lugar na passada sexta-feira, 15 de Julho, e se prolongou pela madrugada de sábado.
"Nas democracias, as decisões baseiam-se no que diz o povo. Acredito que o nosso governo discutirá com a oposição e chegará a uma decisão", disse Erdogan. "Não podemos atrasar esta decisão, uma vez que, neste país, aqueles que tentam fazer um golpe no Estado têm a obrigação de pagar o preço", concluiu.
O eventual restabelecer da pena de morte na Turquia seria contrário aos critérios de adesão de Ancara à União Europeia (UE). As discussões com Bruxelas estão estagnadas há anos.
A Turquia foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado na sexta-feira à noite, mas o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, já afirmou que a situação no país "está completamente sob controlo".
O último balanço aponta para 161 mortos entre civis e forças leais ao presidente turco, Recep Erdogan, 1.440 feridos e 2.839 militares revoltosos detidos.
Yildirim adiantou que 20 militares revoltosos morreram no decurso da tentativa de golpe de Estado, números que contrariam o balanço inicialmente avançado pelas Forças Armadas, que apontavam para 104 mortes de militares revoltosos, abatidos pelas forças leais ao presidente Erdogan.
Na Turquia está em curso uma purga. Segundo o ministro da justiça turco, Bekir Bozdag, foram detidas seis mil pessoas após o golpe. Paralelamente, foram demitidos mais de dois mil juizes.
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