Felipe VI deixou esta mensagem durante uma sessão solene na Universidade de Salamanca, na Comunidade de Castela-Leão, perante o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que hoje termina uma visita de Estado de três dias a Espanha.

"Renunciamos ao nosso ser quando nos fechamos e ficamos de costas voltadas, e somos fiéis a nós próprios quando, como hoje, nos abrimos ao mundo e, a partir das nossas identidades, nos sabemos reconhecer na nossa vocação universal", afirmou o monarca espanhol, num excerto do seu discurso em que falou em português.

Depois, agradeceu ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "a sua amizade, o seu carinho e a sua vocação ibérica".

"Obrigada, Presidente, e espero que tenhamos muitas mais ocasiões de nos ver, de partilhar e de trabalhar por Espanha, por Portugal e por esta grande Península Ibérica que temos em comum", acrescentou.

Ao longo da sua intervenção, em castelhano, Felipe VI enalteceu a ligação da centenária Universidade de Salamanca, fundada há 800 anos, à cultura portuguesa e à Universidade Coimbra, e elogiou o "imenso legado" dos exploradores e pensadores ibéricos do tempo dos descobrimentos marítimos.

"É muito o que nós, espanhóis e portugueses, portugueses e espanhóis, demos à história da humanidade. E hoje, desde as nossas respetivas identidades, partilhando um mesmo espaço geográfico - esta Península Ibérica - e a nossa pertença comum à União Europeia, formamos parte de um mesmo conjunto de valores e continuamos a contribuir, dentro do possível, para o desenvolvimento e de uma humanidade mais pacífica e mais coesa", considerou.

Terminada esta sessão solene, o Presidente da República e o rei de Espanha tiveram pela primeira vez durante esta visita de Estado de três dias - condicionada pelas regras do protocolo e da segurança da Casa Real espanhola - um breve momento de contacto com a população, cumprimentando um grupo de pessoas à saída da Universidade de Salamanca.