A discussão das 25 moções setoriais começou no sábado, por volta das 19:00, e e terminou já depois da 01:00, encerrando o primeiro dia de trabalhos da reunião magna do partido, que arrancou pelas 11:30. De acordo com o alinhamento indicativo, estava previsto que os trabalhos fossem interrompidos pelas 18:00.

As moções setoriais foram sendo apresentadas uma a uma, seguindo-se interpelações por parte dos congressistas e o debate, que culminavam na votação das propostas que foi acontecendo ao longo da noite.

Algumas moções acabaram retiradas, por exemplo na sequência de consenso em torno da constituição de grupos de trabalho para discutir os temas, e outras só serão debatidas de manhã, no arranque do segundo dia de trabalhos.

Entre elas a moção setorial que tem como primeira subscritora a candidata a porta-voz, Inês Sousa Real, pela classificação do rio Tejo a património mundial da UNESCO, e as moções “pela garantia de uma alimentação 100% vegetal nas rações para animais de companhia” e “pela simplificação do processo de adoção de animais de pecuária”.

Ainda assim, a maioria acabou aprovada pelos delegados, incluindo a moção denominada “Fraldas – do flagelo do descartável ao reutilizável” assinala que as fraldas descartáveis não podem ser recicladas e aponta “os sérios impactos no ambiente mas também na saúde humana”, defendendo que as fraldas e toalhitas reutilizáveis têm “um menor impacto ambiental e representam um investimento significativamente melhor”.

Por isso, no documento que mereceu nove votos contra, 25 abstenções e 58 votos a favor, os subscritores defendem a “admissão total e sem reservas” de fraldas e toalhitas reutilizáveis “por parte de todas as creches e infantários”, a promoção da utilização e um “ajuste na política fiscal” que incentive a utilização de reutilizáveis e penalize o uso de descartáveis.

Apesar de não ter sido votada, uma das moções que deu maior debate foi aquela que recomendava a colocação de proteções laterais nas autoestradas por forma a impedir que os animais circulassem naquelas vias.

Neste ponto, o delegado Ricardo Vicente alertou para a “componente prática” da proposta a alertou que poderia estar em causa a colocação “de duas paredes”, uma de cada lado da autoestrada, o que seria poderia prejudicar a segurança rodoviária.

A adoção de “um protocolo de bem-estar animal próprio de 2021”, a assunção do combate à corrupção como bandeira do PAN, o reconhecimento dos parques de matilhas, a regulamentação dos animais considerados de assistência e ainda contra a utilização de compostos químicos na indústria alimentar foram outras moções aprovadas por unanimidade.

Durante a tarde, os congressistas já se tinham debruçado sobre algumas moções setoriais, entre as quais a denominada “Nem de esquerda nem de direita, simplesmente progressistas”, que gerou uma acesa discussão em torno da falta de clareza da afirmação de que o PAN apenas deve apoiar medidas governamentais cuja execução esteja assegurada.

Já depois de os trabalhos estarem encerrados, os congressistas juntaram-se à porta da sala onde decorreram os trabalhos, no Hotel dos Templários, em Tomar (distrito de Santarém) e cantaram os parabéns à líder parlamentar do PAN e candidata a porta-voz, Inês Sousa Real, que faz hoje 41 anos.