O ministro de Assuntos Internos, Minoru Terada, tem sido acusado de várias irregularidades contabilísticas e financeiras, tendo reconhecido, num dos casos, que um dos seus grupos de apoiantes apresentou registos contabilísticos com a assinatura de uma pessoa já morta.
Segundo a NHK, Kishida convocou Terada e obrigou o ministro a apresentar uma renúncia ao cargo.
Questionado na semana passada sobre uma possível demissão de Terrada, o primeiro-ministro não defendeu o responsável pela pasta dos Assuntos Internos, adiantando que ele tomaria a sua própria decisão.
Nos últimos dias, Minoru Terada garantiu não ter infringido nenhuma lei, prometeu retificar as questões contabilísticas e mostrou determinação em permanecer no cargo, mas os deputados argumentaram que um ministro de Assuntos Internos – cujo trabalho é supervisionar os fundos políticos – ter problemas com financiamentos é uma questão demasiado séria e exigiram a sua renúncia.
Também as sondagens realizadas pela imprensa mostraram que a maioria dos entrevistados defendia a renúncia de Terada.
A sua demissão é mais um golpe para o Governo de Kishida, já abalado por escândalos como o da estreita ligação do Partido Liberal Democrático à Igreja da Unificação, acusada de realizar “lavagens cerebrais” a seguidores para fazerem grandes doações, muitas vezes acabando por separar famílias que não estão de acordo com a situação.
O ministro da Revitalização Económica, Daishiro Yamagiwa, renunciou, em 24 de outubro, depois de enfrentar críticas pela sua falta de explicações sobre os laços à Igreja da Unificação, iniciando o que ficou conhecido como “um dominó de renúncias” do Governo de Kishida.
A saída de Terada acontece apenas 10 dias depois de o ministro da Justiça, Yasuhiro Hanashi, ter também sido forçado a renunciar devido a uma declaração na qual referia que o seu trabalho é pouco atraente e só se torna notícia quando assina uma pena de morte.
A demora de Kishida em demitir o ministro da Justiça também provocou críticas, já que obrigou a adiar a sua ida a três cimeiras asiáticas, sendo vista como uma atitude de indecisão e falta de liderança.
O primeiro-ministro, que regressou a Tóquio no sábado, depois de uma viagem de nove dias, foi recebido com a pressão dos restantes ministros do seu Governo para tomar uma decisão rápida sobre Terrada, antes da retoma da sessão legislativa na segunda-feira.
O partido de Kishida terá de conseguir a aprovação parlamentar de um segundo Orçamento suplementar até março, ao mesmo tempo que finaliza uma nova estratégia de segurança nacional e define, até ao final do ano, novas diretrizes de defesa para o médio e longo prazo.
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