Montenegro admitiu, relativamente às buscas do quinto militar, ainda desaparecido, que a "situação é complexa, a visibilidade é muito reduzida, a operação de mergulho é muito complexa e muito perigosa."

Relativamente ao piloto, Luís Montenegro referiu que não teve "oportunidade de falar com ele" mas sublinha que "todos os esforços devem estar concentrados na sua recuperação física e psicóloga".

"Nesta altura não temos muito a poder acrescentar ao trabalho técnico que os psicólogos e os médicos estão a fazer junto das famílias, só podemos dizer o grande respeito, a grande solidariedade e, sobretudo, homenagear o brilho com que os quatro militares que perderam a vida e o quinto que ainda está desaparecido entregaram à função e à missão que abraçaram.

Luís Montenegro reconheceu a "forma como todas as autoridades envolvidas nas operações de resgate, de busca, prontamente responderam à solicitação e ao alerta que foi emitido, desde a Autoridade Marítima, que coordena as operações, A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, aos bombeiros, a todos os ramos das Forças Armadas, à Guarda Nacional Republicana, às autarquias locais, efetivamente foi feito todo, está a ser feito todo o esforço, não só desaparecido.

Disse que o Governo propôs e o Presidente da República "anuiu que fosse decretado o dia de luto nacional para amanhã, em homenagem à dedicação ao brio a entrega destes homens e neles todos os dias, ao serviço de várias instituições da República Portuguesa, prestam apoio, socorro às pessoas e à proteção dos bens dos portugueses."

"Estes militares estavam em funções numa operação a propósito de um incêndio que lavrava em Baião e foi no exercício da missão de salvamento daquilo que é o interesse público, o interesse das pessoas, o interesse do nosso património, que acabaram por ser vítimas deste acidente."

"Eu tive a ocasião de poder verificar no local toda a magnitude desta operação com os mergulhadores estão também eles a desempenhar uma missão muito perigosa e eu quis transmitir também fazer ainda neste momento para tentar encontrar o corpo que falta e no caso, na circunstância em que tive a ocasião de estar com eles, no início das operações precisamente de resgate" - revelou.

"O Rio Douro nesta ocasião tem uma grande dificuldade de visibilidade, as operações de mergulho são extremamente complexas, são perigosas também para quem a está a executar, e a minha obrigação e responsabilidade, em nome do povo português, de estar ao lado daqueles que também arriscam, mesmo nesta circunstância trágica, a sua vida nestas operações.

"Compete-me representar o Governo da República Portuguesa, representar os portugueses, poder acompanhar aquilo que foi e é um episódio triste, muito triste, e poder enaltecer o trabalho de todas as instituições e dos seus responsáveis, que estão aqui a dar tudo o que têm, são mais de 122 operacionais que estão neste momento em execução de tarefas e de missões, para além de outros auxiliares técnicos, e a responsabilidade do Governo"

Questionado sobre se a sua presença impediu as operações, Montenegro foi peremptório: "Eu creio que a presença do Primeiro Ministro não foi motivo de nenhuma perturbação nas operações de busca que ocorreram com um cumprimento já quase integral da missão que era exigida. Fazer disso crítica ao caso, francamente, eu acho que é um desrespeito também pelas instituições. Já não digo por mim, porque eu sou muito pouco importante a esse respeito, mas as instituições que eu represento como primeiro-ministro, o povo português que eu represento. Estas mulheres e estes homens da Guarda Nacional Republicana, dos bombeiros, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, das Forças Armadas, da Marinha, do Exército, da Força Aérea, merecem que os responsáveis pelas tutelas de todas estas áreas possam estar ao seu lado. E foi isso que nós fizemos."

Acrescentou ainda: "Eu não tive nenhuma intervenção, nem pretendo ter, do ponto de vista operacional, mas tenho um grande respeito por aquilo que estas mulheres e estes homens estão a fazer, e já agora também, por autarcas deste país, de vários concelhos, a começar pelo concelho de Lamego e pelo Presidente da Câmara, que me acompanhou toda esta tarde, o Dr. Francisco Lopes, presidente da Câmara de Lamego, e autarcas que já aqui estiveram de concelhos vizinhos, também, com essa preocupação de estar junto daqueles que estão a prestar este serviço e já agora também junto das famílias.