“Se somos uma União, está na hora de o provarmos”, escreveu Conte num artigo que será publicado quinta-feira no jornal semanário alemão Die Zeit.
“Precisamos de uma estratégia de recuperação económica (…). Todos os Estados europeus devem dar agora o seu contributo, sem exceção”, diz o líder italiano, cujo país é membro fundador da União Europeia e um dos seus pilares.
Essa “solidariedade (entre países europeus) deve ser expressa num plano comum que garanta, pela transparência e rigor de todos os participantes, que não ficamos apenas por uma união de transferências”, acrescenta Conte, no pedido que é feito diretamente ao Governo alemão.
Itália e Espanha, os países até agora mais afetados pela pandemia e com finanças públicas frágeis, querem um apoio financeiro maciço da União Europeia, para superar as consequências sanitárias, económicas e sociais da crise.
Apoiada por vários outros países europeus, incluindo Portugal e a França, a Itália sugere uma mutualização das dívidas dos países da zona do euro, que pode assumir a forma de “coronabonds”, fórmula que os países do norte, liderados pela Alemanha e pela Holanda, têm recusado.
“Devemos examinar os instrumentos apropriados para uma situação sem precedentes. Isso sem preconceitos ou vetos ‘a priori'”, defende o líder italiano no artigo que será publicado no Die Zeit.
“O objetivo é que todos juntos possamos sair desta crise o mais rápido possível, mais fortes e mais unidos”, sublinha.
Conte compara a pandemia de covid-19 a “um ‘tsunami’ que, como uma guerra, deixa a economia em ruínas e as pessoas traumatizadas”.
“É uma situação terrível que eu nunca pensei viver, como cidadão ou como primeiro-ministro”, conclui Conte.
A Itália é um dos países mais afetados pelo novo coronavírus, com mais de 110.000 casos confirmados e mais de 13.000 mortes (o maior número de fatalidades num só país).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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