“A Câmara Municipal manifesta publicamente o pesar pelo falecimento de José Manuel Leite, primeiro Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz eleito após o 25 de Abril de 1974 e Cidadão Honorário desta cidade”, refere o município, numa nota publicada na sua página da rede social Facebook.

No comunicado, através do qual apresenta “sentidas condolências à família e amigos”, a autarquia liderada por Santana Lopes adianta que foi “determinado o luto municipal, por um dia, a observar no dia da realização das cerimónias fúnebres, colocando a bandeira do município a meia haste”.

Lembra ainda que a Câmara Municipal atribuiu a José Manuel Leite, por unanimidade, em 19 de março de 2018, a Medalha da Cidade da Figueira da Foz, concedendo-lhe o título de Cidadão Honorário, “como forma de o distinguir e prestar público apreço pelo valor das suas realizações e pelo contributo notável que deu para o bom nome da cidade e o desenvolvimento do seu concelho”.

José Manuel Leite foi o primeiro presidente daquela autarquia litoral do distrito de Coimbra, eleito nas listas do PS, tendo cumprido um único mandato no cargo.

Nascido em Lisboa em 24 de março de 1940, o pastor presbiteriano era licenciado em Teologia e em 1964 assumiu o seu primeiro pastorado nas paróquias de Alhadas e Bebedouro, nos concelhos da Figueira da Foz e Montemor-o-Velho, sustenta a nota.

Em 1970, terminou o curso da Escola Superior de Agronomia de Coimbra, já depois de ter fundado, em 1968, a Cooperativa Agrícola do Bebedouro, em Arazede, da qual foi o primeiro gerente.

Em 1969, José Manuel Leite foi nomeado diretor do Centro Ecuménico Reconciliação, em Buarcos, cargo que ocupou até 1988.

Nesse mesmo ano, fundou, com dois sacerdotes católico romanos, a OIKOS, organização não-governamental para o desenvolvimento.

Eleito presidente da comissão executiva da Igreja Presbiteriana de Portugal em 1995 foi, entre outros cargos, um dos presidentes do Conselho Português de Igrejas Cristãs.

Expressando “sentidas condolências” aos familiares do falecido, o presidente da comissão política concelhia do PS e anterior presidente da Câmara, Carlos Monteiro, disse à Lusa que José Manuel Leite morreu na noite de domingo, de doença prolongada.

Carlos Monteiro destacou a "importância para a democracia" da eleição do pastor José Manuel Leite, em 1976: "Num país profundamente católico, só depois do 25 de Abril de 1974 é que era possível eleger um presidente de Câmara protestante. E, numa altura em que não havia leis autárquicas, foi eleito na génese do poder autárquico".

O corpo de José Manuel Leite estará em câmara ardente na quarta-feira, a partir das 10:00, na Igreja Presbiteriana da Figueira da Foz, estando o funeral agendado para as 15:00 do mesmo dia, adiantou.

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