“Muito provavelmente as nossas unidades, as nossas tropas, partirão para a parte de Kherson que se encontra na margem esquerda” do rio Dnieper, disse o vice-governador nomeado por Moscovo, Kiril Stremousov, citado pela agência espanhola EFE.

A retirada do exército russo da margem direita significaria a rendição de Kherson, a única capital regional ucraniana que Moscovo conseguiu controlar em mais de oito meses de guerra.

Seria também um revés igual ou maior do que a retirada da periferia de Kiev, em março, e da região de Kharkiv, em setembro, segundo a EFE.

A região de Kherson foi anexada pela Rússia em 30 de setembro, juntamente com Zaporijia (sudeste), Donetsk e Lugansk (no Donbass, leste).

“A vida na cidade de Kherson continua. Não há problemas com a alimentação. As tentativas [das forças ucranianas] de romper as linhas defensivas não cessam”, disse Stremousov na rede social Telegram.

No entanto, Stremousov advertiu que os residentes que ainda não saíram da cidade “devem partir o mais cedo possível”.

O aviso coincidiu com a publicação nas redes sociais de imagens da sede da administração regional de Kherson sem a bandeira russa, onde estava hasteada desde março.

“Algo interessante irá certamente acontecer em breve em Kherson”, disse o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danylov, comentando a remoção da bandeira russa.

“O mesmo aconteceu em Izium e noutras cidades quando as nossas forças armadas se aproximaram”, acrescentou.

A porta-voz do Comando Sul do exército ucraniano, Nataliya Gumenyuk, advertiu que a remoção da bandeira poderá ser um estratagema para criar a ilusão de uma retirada russa.

“Se tivermos em conta que há muito que se preparam para os combates de rua, (…) não devemos ter pressa em regozijar-nos”, disse Gumenyuk.

De acordo com o chefe da inteligência militar ucraniana, general Kyrylo Bukanov, a Rússia concentrou um contingente de cerca de 40.000 efetivos em Kherson, constituído pelas suas unidades mais bem preparadas.

Mesmo assim, Budanov previu que a libertação da parte de Kherson na margem direita do Dnieper poderá ser concluída até ao final deste mês.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, mergulhando a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido equipamento militar às forças de Kiev, que lhes permitiu lançar uma contraofensiva em regiões que estavam sob controlo russo.

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