“Apresentámos ao senhor ministro as preocupações dos produtores de leite sobre vários assuntos que afetam o setor em Portugal e apresentámos propostas de solução relativas a vários pontos. A reunião correu bem e o senhor ministro mostrou-se empenhado em minimizar alguns dos nossos problemas”, afirmou à Lusa Jorge Oliveira, presidente da Aprolep, revelando que a questão do preço do leite foi amplamente debatida.
Contactada pela Lusa, fonte oficial do Ministério da Agricultura realçou que “na sequência das medidas adotadas pelo Governo, o preço do leite tem conhecido, nos últimos meses, felizmente, aumentos progressivos e sustentados, continuando o Governo a pugnar pela continuidade da sua trajetória”.
Ainda assim, a mesma fonte vincou que “de acordo com as regras comunitárias, os governos dos Estados-membros da União Europeia estão impedidos de intervir na formação dos preços”, acrescentando que “relativamente a apoios ao setor, Portugal foi o Estado-membro que, desde 2016, colocou em prática o maior pacote de ajudas destinadas aos produtores de leite”.
A Aprolep também abordou o tema da seca e o seu impacto sobre os produtores de leite, tendo proposto a Capoulas Santos a avaliação da reposição da ajuda à “eletricidade verde”, entre outras sugestões.
A associação também solicitou ao Governo maior celeridade no reembolso dos pedidos de pagamentos dos projetos do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020), bem como um reforço da verba deste.
Também o impacto dos incêndios sobre o setor foi analisado, com a Aprolep a propor a criação de uma ajuda de emergência para os próximos meses, destinada à alimentação dos animais que ficaram sem pasto ou sem as forragens armazenadas.
Por fim, as partes falaram sobre o Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais (SIRCA), com os produtores de leite a considerarem “injusta e confusa” esta taxa.
“É um pesadelo para os produtores de leite”, realçou à Lusa Jorge Oliveira, propondo que os custos do SIRCA sejam partilhados entre a distribuição e os consumidores.
“No que diz respeito ao SIRCA, o Governo tomou boa nota das sugestões da Aprolep, tendo como objetivo a simplificação dos procedimentos. Trata-se de um sistema que implica uma despesa anual de cerca de 14 milhões de euros, suportada pelo Ministério da Agricultura (numa percentagem de 72%) e pelos produtores (em cerca de 28%)”, disse fonte oficial do Ministério da Agricultura.
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