Segundo a UÉ, a cerimónia tem lugar na Sala dos Docentes, no Colégio do Espírito Santo, e conta com intervenções da premiada, do júri e da reitora, Ana Costa Freitas.
A 20 de dezembro passado, a universidade alentejana anunciou que o júri do galardão tinha decidido atribuir a distinção à professora catedrática Helena Carvalhão Buescu, que leciona Literatura Comparada e é considerada a “autoridade incontestável dos estudos comparatistas”.
“O alcance do ensaio de Helena Buescu transcende o contexto estritamente académico: a compreensão do mundo e a sabedoria plasmadas nos seus textos ensaísticos, das quais decorrem não apenas o ímpeto pedagógico natural como o olhar humanista inspirador, encontram-se bem patentes”, salientou o júri, na altura.
Instituído pela UÉ em 1996, para homenagear o escritor Vergílio Ferreira (1916-1996), este prémio literário destina-se a galardoar anualmente o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante nos domínios da ficção e/ou ensaio.
A edição de 2022 do galardão, segundo a universidade alentejana, contou com nomeações oriundas de seis instituições, em representação de dois países.
“O conjunto da obra de Helena Carvalhão Buescu e o seu trabalho académico ofereceram e continuam a oferecer um contributo assinalável para o estudo de literaturas e culturas lusófonas em âmbitos que incluem e ultrapassam largamente o contexto nacional”, realçou a universidade.
Além da sua obra escrita e do seu trabalho de intervenção académica e cultural, a vencedora “trilhou uma carreira impactante no ensino universitário”, acrescentou.
No campo do ensaísmo, Helena Buescu é autora de “uma obra vasta e singular, mas marcadamente coesa”.
O “mérito mais saliente” da sua obra “tem sido, porventura, a consistente releitura dos cânones da literatura portuguesa e lusófona à luz do diálogo com sistemas literários e filosóficos supranacionais, nos quais aquela não pode deixar de participar sem uma perda assinalável de valor e de sentido para ambas as partes”.
Helena Carvalhão Buescu publicou 12 livros de ensaio, como “Chiaroscuro: Modernidade e Literatura” (2001), “Cristalizações: Fronteiras da Modernidade” (2005) ou “Emendar a Morte: Pactos e(m) Literatura” (2008), “O Grande Terramoto de Lisboa: Ficar Diferente” (2005) ou “Experiência do Incomum e Boa Vizinhança” (2013).
A sua obra mais recente, intitulada “O Poeta na Cidade: A Literatura Portuguesa na História” (2020), ganhou o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, da Associação Portuguesa de Escritores (APE).
O galardão que homenageia o autor de “Aparição” foi atribuído, pela primeira vez, a Maria Velho da Costa, seguindo-se Maria Judite de Carvalho, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, Vítor Manuel de Aguiar e Silva e Agustina Bessa-Luís.
Manuel Gusmão, Fernando Guimarães, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio, Mário de Carvalho, Luísa Dacosta, Maria Alzira Seixo, José Gil, Hélia Correia, Ofélia Paiva Monteiro, Lídia Jorge, João de Melo, Teolinda Gersão, Gonçalo M. Tavares, Nélida Piñon, Carlos Reis e Ana Luísa Amaral foram os outros galardoados.
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