“Esta foi uma reunião em que praticamente não saiu coisa nenhuma”, afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no final da quarta ronda negocial que decorreu no ministério, em Lisboa.

“O ministério não apresentou nenhum documento”, criticou Mário Nogueira, em representação de todos os sindicatos que hoje estiveram reunidos durante seis horas com o secretário de Estado da Educação, António Leite, referindo também que não há respostas quanto ao tempo de serviço dos professores.

"A proposta é zero. Nos governos de Cavaco Silva encontrámos uma forma de recuperar tempo de serviço. A Madeira e os Açores estão a recuperar de uma forma faseada, que foi acordada. Mas cá, em 2011, as carreiras congelaram e hoje o Governo utiliza as vagas para impedir que os professores progridam na carreira. O Ministério parece querer acordozinhos", disse Mário Nogueira.

O secretário-geral da Fenprof anunciou ainda que na próxima semana, “em princípio na sexta-feira”, os representantes dos professores voltam ao ministério para uma nova ronda negocial, ficando agora a aguardar que a tutela envie os documentos com as alterações. Para já está também marcada uma conferência para amanhã para "divulgar" o que os professores "vão fazer" no imediato.

Quem participou também nesta reunião foi o coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), André Pestana, que teceu duras críticas no final da mesma, salientando que o ministro da Educação "está a disparar ao lado do que é essencial".

"Há uma grande revolta de quem trabalha nas escolas e mesmo de pais e de alunos. Muito antes das greves, não estava a ser dado o apoio necessário aos alunos. Quando em sete dias o sindicato mais jovem que existe na educação junta mais de 100 mil pessoas é porque há uma revolta. É uma revolta real, não baseada em mentiras", referiu André Pestana, salientando que todos querem o investimento na educação. "Se este Governo gastou 120 mil milhões de euros para tapar buracos, é porque há dinheiro", concluiu.