Segundo André Fernandes, comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), até às 12h00 do dia de hoje foram registados 71 incêndios, face a 59 ontem, sendo que 12 se encontram ativos.
As ocorrências que merecem maior acompanhamento são seis: Abiul, em Pombal; Caranguejeira, em Leiria, Ponte da Barca, em Lindoso; Oliveira de Azeméis, em Aveiro; e Baião, no Porto.
Estes fogos mobilizam, no seu conjunto, 1454 operacionais, 425 meios terrestres e 20 meios aéreos.
Entre os fogos que lavraram no dia de ontem e se encontram dominados, é de salientar o de Ourém e Salvaterra de Magos, em Santarém, o de Montenegro, em Faro, o de Palmela, de Caminha, e de Seia.
No entanto, o efetivo mantém-se no terreno para acautelar reativações até que os incêndios sejam considerados extintos.
No que diz respeito ao número de vítimas acumuladas desde o dia 7 de julho até dia 13 de julho, contabilizam-se 160 feridos, 4 dos quais graves, sendo que dois são agentes da proteção civil.
No que diz respeito a danos materiais, o incêndio em Ourém danificou 28 habitações, anexos e garagens; o fogo em Abiul danificou 12 habitações, uma roulote, dois armazéns, uma aviário e uma serração. Em Caranguejeira, Leiria, ficaram danificadas quatro habitações e uma vacaria. Em Espite ficaram danificadas duas habitações e dois anexos; em Palmela duas habitações, em Faro duas habitações e várias viaturas, em Oliveira de Azeméis uma habitação e uma oficina foram afetadas pelo fogo.
No total, 865 pessoas retiradas das suas casas, sendo que a maioria já regressou às suas habitações.
Continua cortada a Estrada Nacional 10 entre Cabanas e Quinta do Anjo, em Palmela; e o IC8 no nó de Marquinha e Nogueiros e no nó de Barracão e Leiria, no distrito de Leiria.
O Comandante Operacional André Fernandes salientou que a situação que nos espera ainda é "uma situação extrema", pelo que apela à responsabilidade coletiva: não fazer fogo, não usar maquinaria em zonas florestais e ligar o 112 em caso de incêndio.
“As condições meteorológicas são realmente adversas e qualquer pequena ignição tem um potencial à cabeça para se tornar numa grande ignição. As condições meteorológicas existentes não facilitam as ações de combate, não só porque as oportunidades para um combate efetivo e eficaz durante o dia são inexistentes e à noite são reduzidas, isto cria um esforços nos operacionais e um stress na população”, disse.
No 'briefing' à comunicação social para apresentar o ponto de situação dos incêndios que lavram no país, o comandante nacional foi questionado sobre algumas críticas feitas por autarcas relativas à falta de meios para o combate.
“Todos os meios têm sido disponibilizados, relembro que há ocorrências que têm mais de 500 operacionais envolvidos. Todos os meios disponíveis têm sido mobilizados e tem sido feita uma gestão”, disse aos jornalistas o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes.
O comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) sustentou que o dispositivo de combate "tem estado a responder" e que “está implementado”.
“Agora a situação é complexa, alguns dos incêndios têm a duração de muitos dias o que dificulta o trabalho, mas acima de tudo também aumenta a disponibilidade dos combustíveis para arderem muito mais rápido devido à energia libertada dos incêndios e o material que não ardeu fica ainda muito mais disponível”, frisou.
André Fernandes alertou também para existência de novas ocorrências de fogo “todos os minutos” e o sistema "tem evitado que essas novas ocorrências se transformem em grandes ocorrências”, considerando que “é preciso fazer este equilíbrio para evitar que as novas ignições se transformem em grandes incêndios”.
“Das ocorrências que temos vindo a registar, a maioria tem sido resolvida no ataque inicial porque o dispositivo está no terreno, responde a estas ocorrências e é uma percentagem pequena que passa para ataque ampliado”, explicou.
Sobre a ausência de meios aéreos no incêndio que deflagrou na quarta-feira em Palmela, André Fernandes afirmou que foram “enviados os disponíveis e planeados no ataque inicial”, tendo sido mobilizados dois helicópteros de ataque inicial que tem um período de operação de uma hora e meia.
“Depois dessa hora e meia foram à base reabastecer e depois voltar para o incêndio. Todos os aviões de asa fixa, os conhecidos por aviões anfíbios, estavam empenhados em outras ocorrências, assim que houve essa oportunidade foram empenhados os dois aviões anfíbios”, afirmou, indicando que “o planeamento foi efetuado de acordo com aquilo que são os procedimentos operacionais e o reforço foi feito dentro da análise das prioridades de ação”.
O comandante nacional da ANEPC esclareceu que nos últimos dias o que tem existido “não são reacendimentos, mas sim reativações”.
Segundo o responsável, “com estas condições meteorológicas, qualquer reativação existente tem um potencial de grande desenvolvimento” e “infelizmente tem tido uma progressão muito rápida”.
Questionado sobre as imagens que mostram chamas a ladearem a A1 antes de a autoestrada ter sido cortada ao trânsito e onde não existia qualquer visibilidade para os automobilistas, André Fernandes disse que a “A1 foi cortada” e que “um corte de uma autoestrada não é algo que seja fácil de se implementar”, existindo um tempo de resposta desde que é dada a indicação.
“Desde que foi dada indicação à GNR para fazer o corte, quer a GNR, quer a Brisa, fizeram o corte no tempo que é normal para estas situações”, disse.
André Fernandes disse ainda que, durante os últimos dias, o dispositivo “mais uma vez foi reforçado, deu uma resposta e evitou perdas de vidas humanas e que um grande número de habitações fosse danificado”.
A situação de contingência em Portugal, por causa dos incêndios, vai prolongar-se até domingo, anunciou hoje o primeiro-ministro durante uma visita ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Portugal vive hoje o seu quarto dia de situação de contingência devido ao agravamento do risco de incêndio e ao tempo quente, com temperaturas muito altas, acima dos 40º.
Os distritos em alerta vermelho esta quinta-feira são Braga, Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém e Portalegre.
(Notícia atualizada às 15h18: acrescentadas as declarações referentes à disponibilização de meios aéreos em Palmela)
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