De acordo com a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, desde as 00:00 de hoje registaram-se 137 ocorrências de incêndios florestais, das quais “apenas sete não foram extintas”, e são três os fogos que merecem maior preocupação.

Num ‘briefing’ na sede da ANPC, em Oeiras, distrito de Lisboa, Patrícia Gaspar disse que o incêndio em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, que deflagrou hoje pelas 14:00, ainda não está dominado e encontra-se com uma frente ativa, “mas sem pontos críticos identificados”.

Relativamente ao fogo em Cinfães, no distrito de Viseu, que se iniciou hoje pelas 14:30, lavra com duas frentes ativas e “sem qualquer ponto sensível identificado”.

Já o incêndio em Sabrosa, no distrito de Vila Real, que deflagrou hoje cerca das 15:00, encontra-se com duas frentes ativas e está a começar a “dar sinais de cedências aos meios” de combate, disse Patrícia Gaspar, informando que o fogo ameaçou a aldeia de Ordonho, mas a situação está controlada.

Segundo a responsável da Proteção Civil, durante o dia de segunda-feira verificou-se um total de 196 ocorrências de incêndios florestais, enquanto desde as 00:00 de hoje até às 19:00 se registaram 137 fogos.

Em relação aos meios de reforço que se encontram a combater os fogos em Portugal, a adjunta de operações da ANPC indicou que se mantêm o contingente da unidade militar de emergência de Espanha - que se prevê regressar na quarta-feira ao seu país -, três helicópteros da Suíça que estão a atuar em Cinfães, no distrito de Viseu, 17 grupos dos corpos de bombeiros, cinco máquinas de rasto e diversos plutões em ações de apoio aos rescaldo e vigilância dos incêndios florestais.

Patrícia Gaspar recordou que as previsões meteorológicas para os próximos dias indicam que haverá “uma ligeira descida da temperatura, com efeito mais visível sobretudo a partir de quinta-feira”, e que o vento soprará no sentido noroeste e será moderado a forte no litoral. A humidade relativa terá uma tendência de subida no litoral.

Neste sentido, a Proteção Civil mantém o “risco de incêndio máximo e muito elevado no interior do país com tendência a desagravar nas zonas do litoral”.

Devido às previsões meteorológicas mais favoráveis, a ANPC decidiu passar os 15 distritos que estavam em alerta vermelho para o estado de alerta laranja, pelo que até às 00:00 de quarta-feira todos os distritos de Portugal continental vão estar sob alerta laranja.

Apesar do desagravamento das condições do tempo, sobretudo nas regiões do litoral, o interior do país mantém-se ainda com “condições favoráveis ao desenvolvimento dos incêndios florestais”, por isso “todo o cuidado continua a ser pouco”.

A adjunta de operações da ANPC reforçou que o risco de incêndio se mantém “bastante elevado” nas regiões do interior norte, Centro e Algarve, lembrando que até ao final do mês de setembro é proibido o uso do fogo junto às zonas de floresta.

Sobre o registo de feridos no âmbito dos fogos, Patrícia Gaspar declarou que permanece inalterado desde segunda-feira, pelo que desde 10 de agosto e até segunda-feira houve 90 pessoas assistidas, 136 feridos, dos quais 128 feridos ligeiros e oito feridos graves, e uma vítima mortal – o piloto do helicóptero que combatia os fogos em Castro Daire.

Esta morte soma-se às 64 registadas na sequência do incêndio que deflagrou em junho em Pedrógão Grande.