Segundo André Fernandes, comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), há 6 incêndios ativos em Portugal, sendo que quatro geram maior preocupação neste momento, sendo eles: três em Vila Real (Chaves/Bustelo, Murça e Vila Pouca de Aguiar) e um no Fundão, em Castelo Branco.

No total, estas ocorrências mobilizam 847 operacionais, 258 meios terrestres e 11 meios aéreos.

Há ainda dez ocorrências, algumas das quais transitam de dias anteriores, com um dispositivo de vigilância ativado, nomeadamente em Castelo Branco, Faro, Guarda, Porto, Santarém e Vila Real, mobilizando um total de 191 operacionais, 53 meios terrestres e um meio aéreo.

Desde o dia 7 de julho até às 12h00 de hoje, os incêndios provocaram 201 feridos (5 feridos graves, 109 feridos ligeiros e 95 assistidos) e uma vítima mortal, um comandante piloto.

No que diz respeito a danos materiais, dar nota de um edifício afetado no Fundão. Já o fogo de Chaves/Bustelo afetou 6 habitações, cinco das quais devolutas.

No total, desde o dia 8 de julho, 960 pessoas tiveram de ser retiradas preventivamente das suas casas devido aos fogos.

Atualmente não há vias cortadas em Portugal devido aos incêndios.

O dispositivo de combate aos incêndios florestais mantém-se “todo no terreno”e com mesmo nível de prontidão, apesar de ter passado hoje para situação de alerta, disse ainda o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil.

“Não há desmobilização de meios, apenas houve uma alteração da situação de contingência para a situação de alerta. O dispositivo continua todo no terreno, operacional, com a mesma colaboração e com a mesma entrega das diferentes entidades”, precisou André Fernandes aos jornalistas durante a apresentação do ponto de situação dos incêndios rurais que lavram no país.

Portugal continental passou hoje para situação de alerta, o nível de resposta mais baixo previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, depois de ter estado durante sete dias em situação de contingência (nível intermédio entre alerta e calamidade) devido ao risco extremo de incêndio rural e elevadas temperaturas.

Apesar deste desagravamento, André Fernandes recordou que se “mantêm todas as restrições em relação ao uso do fogo”, bem como a adequação dos comportamentos face à situação de risco de incêndio.

“Os dados que temos do ponto de vista da meteorologia são de que Portugal continental se mantém em situação de seca extrema e severa, portanto as condições para os incêndios florestais terem uma grande dimensão existem”, frisou.

André Fernandes avançou que a ANEPC está neste momento a avaliar com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) qual vai ser a incidência a partir de terça-feira para se decidir se Portugal continental vai manter-se em situação de alerta ou existir um desagravamento.

O comandante nacional deu também conta que todos os distritos estão em alerta laranja (o segundo mais grave de uma escala de quatro) no que toca ao estado de alerta especial para o dispositivo, ou seja, mobilização dos meios envolvidos para o combate.

“Apesar da zona do litoral ter uma recuperação de humidade maior noturna, as condições são excecionais para aquilo que é a deflagração e progressão rápida dos incêndios”, disse, recordando o incêndio do Fundão em que a taxa de expansão de progressão do incêndio logo no início foi de 2,5 quilómetros por hora.

O comandante sublinhou que “existe uma grande disponibilidade para os incêndios tomarem uma grande dimensão” devido à situação grave do ponto de vista da seca.

“São estas as condições que existem no terreno. A disponibilidade dos combustíveis para arder é de facto excecional e vai manter-se durante o verão. Independente da meteorologia melhorar e das alterações da situação de alerta, os comportamentos têm que se manter exatamente os mesmos e adequá-los às condições de secura”, realçou.

A situação de alerta prolonga-se até às 23:59 de terça-feira, dia em que voltará a ser reavaliada a situação.