“Livrem Hong Kong da colonização da China!” lê-se num dos cartazes empunhados pelos manifestantes, na sua maioria vestidos de negro, de acordo com imagens transmitidas em direto na rede social Facebook pelos ‘media’ locais.
Os ativistas, que pretendem visitar, um a um, os 19 consulados dos países participantes na cimeira, apelam aos líderes mundiais que discutam com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Osaka, no Japão, a controversa proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordo prévio, como é o caso da China continental.
O protesto surge dois dias depois do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhang Jun, ter assegurado que Pequim não vai permitir que a proposta seja abordada na cimeira do G20, já que é “um assunto interno” sobre o qual “nenhum país estrangeiro” deve interferir.
Como parte da estratégia para colocar a questão na agenda do G20, os ativistas arrecadaram mais de cinco milhões de dólares de Hong Kong (564 mil euros) numa campanha de angariação pública para publicar anúncios em 13 jornais em nove diferentes países.
Depois de visitarem os 19 consulados, os manifestantes planeiam uma segunda marcha, organizada pela Frente Civil pelos Direitos Humanos, às 20:00 (13:00 em Lisboa).
Um dos coordenadores, Jimmy Sham, disse que o tema do protesto será “Libertem Hong Kong, agora democracia”.
Os organizadores convidaram diferentes profissionais para anunciarem uma declaração conjunta em várias línguas.
A antiga colónia britânica foi palco, nas últimas semanas, de três protestos maciços contra um medo comum: que Hong Kong fique à mercê do sistema judicial chinês como qualquer outra cidade da China continental e de uma justiça politizada que não garanta a salvaguarda dos direitos humanos.
A chefe do Governo, Carrie Lam, foi obrigada a suspender o debate sobre as emendas planeadas e a pedir desculpas em duas ocasiões, mas não retirou a proposta.
Proposta em fevereiro e com uma votação final prevista para antes do final de junho, a lei permitiria que a chefe do Executivo e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição de suspeitos de crimes para as tais jurisdições sem acordos prévios.
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