A manifestação nacional teve início em Brasília e no Rio de Janeiro, antes de se estender à maior cidade do país, São Paulo.
Manifestantes, muitos deles envergando as camisolas amarelas da equipa de futebol do país ou embrulhados na bandeira brasileira, defenderam que a investigação conhecida como Operação Lava Jato não pode perder intensidade.
“Nós apoiamos a Lava Jato. É uma operação que tem que ir até ao fim”, disse Teresa Kohler, 51 anos, uma das organizadoras do protesto.
“Temos que punir os corruptos, fazer uma verdadeira limpeza e construir um novo Brasil”, afirmou.
Com o número de políticos apontados pela investigação a crescer rapidamente — alegadamente incluindo cerca de meia dúzia de membros do gabinete do presidente Michel Temer – muitos elementos no Congresso tentam abrandar a Lava Jato.
Os manifestantes concentraram a raiva numa lei que coloca todos os casos criminais envolvendo políticos nas mãos do Supremo Tribunal, que acusam de se mover “a passo de caracol”, demorando anos para levar os processos a julgamento.
“Os piores são os membros de Congresso”, disse Elisangela Colombo, 43 anos, na manifestação de São Paulo.
“Vim manifestar-me contra eles, porque continuam a aprovar leis em seu próprio interesse. Eles estão com medo e querem travar a Lava Jato”.
Comparando com manifestações semelhantes nos últimos dois anos, o protesto de hoje foi consideravelmente menor.
Apenas centenas se reuniram em Brasília e alguns milhares no Rio, junto à praia de Copacabana.
A adesão em São Paulo também ficou longe das grandes multidões que se juntaram nos últimos dois anos a pedir ‘impeachment’ da presidente de esquerda Dilma Rousseff, que acabou por ser afastada no ano passado e substituída por Michel Temer, um homem de centro-direita.
Cintia Gante, uma agente imobiliária de 51 anos residente em São Paulo, afirmou que as aparentemente infindáveis revelações de corrupção já não são “novidade” e que “as pessoas estão a ficar cansadas”.
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