São quatro os estados ainda em aberto e que podem ser decisivos, com Geórgia e Nevada a poderem terminar a contagem dos votos esta madrugada (embora tenham vindo a adiar o anúncio ao longo do dia) e Arizona e Pensilvânia a preverem anunciar resultados finais esta sexta-feira ou mesmo só nos dias seguintes - a contagem ainda decorre também na Carolina do Norte e no Alasca, mas estes estados não se posicionam como decisivos.

Joe Biden, candidato democrata, tem neste momento 253 votos no Colégio Eleitoral (o SAPO24 tem-se baseado nas projeções do New York Times). Donald Trump, atual presidente e candidato republicano, soma 214 votos eleitorais. São necessários 270 votos para ganhar a eleição.

Se Biden ganhar no Nevada, onde lidera as projeções, somará 259 votos, ficando a 11 de poder declarar vitória.

Se ganhar na Geórgia, a vitória está garantida, uma vez que o estado vale 16 votos eleitorais. Donald Trump está à frente nas projeções, no entanto a margem de vantagem tem vindo a diminuir à medida que são atualizadas as contagens.

Se Biden não ganhar na Geórgia, precisará de ficar à espera dos resultados no Arizona, onde também lidera as projeções. O Arizona equivale a 11 votos eleitorais, sendo suficiente para declarar vitória. Podem chegar resultados deste estado ainda durante esta madrugada.

Como as candidaturas se têm posicionado

“Acho que será um dia muito positivo para Biden”, disse esta quinta-feira a diretora de campanha democrata Jennifer O’Malley Dillon.

“Estamos absolutamente certos de que Joe Biden será o próximo Presidente dos Estados Unidos”, acrescentou O’Malley Dillon, explicando que está a contar com resultados decisivos nas próximas horas ou na sexta-feira.

Do lado republicano, Donald Trump usou a sua conta pessoal na rede social Twitter para denunciar o que considera ser uma “fraude eleitoral”, em particular a forma como estão a ser aceites e contados os votos por correspondência.

“Parem de contar!”, escreveu Trump no Twitter, em consonância com o alerta que tem vindo a fazer nos últimos dias, dizendo que os republicanos não estão a conseguir controlar a contagem de votos de forma transparente em vários estados, nomeadamente nos quatro estados que serão decisivos.

Nos estados onde Trump está a perder para Biden, os apoiantes republicanos têm saído à rua, pedindo que a votação seja travada e denunciando a forma como os votos estão a ser contados.

O Presidente republicano avisou logo na noite eleitoral que iria recorrer ao Supremo Tribunal para contestar o resultado das eleições e uma bateria de mais de 400 juristas está a colocar várias ações judiciais em diferentes estados, para tentar impugnar o processo eleitoral.

“Todos os estados recentemente reivindicados por Biden serão levados a tribunal por nós, por fraude eleitoral”, escreveu já hoje Trump, no Twitter.

Os democratas acreditam que as queixas são infundadas, mas dependendo das decisões de vários juízes estaduais e municipais, os recursos podem atrasar a formalização dos resultados, por dias ou semanas.

Na Geórgia, um juiz já indeferiu um pedido para travar a contagem de votos por correspondência, feito pela candidatura de Trump, mas na Pensilvânia um outro juiz já ordenou que observadores republicanos fossem autorizados a entrar no centro de convenções de Filadélfia, onde os boletins de voto estão a ser contados.

A equipa de Trump insiste em que nada está perdido.

“Provavelmente amanhã à noite, sexta-feira, será evidente para os americanos que o Presidente Trump e o vice-Presidente Pence vão ficar mais quatro anos na Casa Branca”, disse o conselheiro presidencial Jason Miller, em declarações aos jornalistas.

*Com Lusa