“Só posso interpretar estas declarações de Paulo Rangel como desespero eleitoral. Paulo Rangel é deputado europeu e tem tido oportunidade de acompanhar as posições que Portugal tem assumido nas instituições europeias no que diz respeito ao ‘Brexit’”, disse à agência Lusa Margarida Marques, número quatro na lista do PS às eleições europeias.
O Partido Socialista reagia à entrevista à Lusa do cabeça de lista do PSD às eleições europeias, Paulo Rangel, que acusa o Governo de “falhar” na preparação para o ‘Brexit’ e estar “francamente mal” quanto à proteção de cidadãos e empresas e à salvaguarda dos interesses geopolíticos.
"O ‘Brexit’ em Portugal tem sido muito maltratado. Não podemos falar no ‘Brexit’ sem olharmos para o que o governo português tem feito e há duas dimensões em que acho que estamos francamente mal”, afirmou o eurodeputado, candidato a um terceiro mandato no Parlamento Europeu (PE) nas eleições de 26 de maio.
Margarida Marques considerou que “não correspondem à realidade” as declarações feitas por Paulo Rangel, uma vez que Portugal, à semelhança dos restantes Estados-membros da UE, tem feito “aquilo que é necessário” para lidar com a saída do Reino Unido da União Europeia.
A socialista referiu também que Paulo Rangel “tem pautado por criticar toda a iniciativa política de Portugal e contribuído procurar desvalorizar a imagem de Portugal na União Europeia em vários momentos”.
Margarida Marques sustentou que Portugal procurou, desde início, “defender os cidadãos portugueses residentes no Reino Unido, as empresas portuguesas no Reino Unido e as empresas britânicas em Portugal”.
No que diz respeito aos cidadãos, sublinhou que Portugal sempre defendeu que o Reino Unido “tinha de respeitar as liberdades de circulação de bens, serviços e capitais, mas também a livre circulação de pessoas”.
Como exemplo, referiu que Portugal aumentou os serviços consulares em cerca de 25% para “responder melhor às necessidades dos cidadãos” e tem acompanhado “muito de perto”, desde 2016, a situação dos portugueses residente no Reino Unido, além de se preocupar também com os britânicos residentes em Portugal.
A deputada do PS disse igualmente que o Governo português aprovou em janeiro um plano de contingência para o ‘Brexit’, que “tem fundamentalmente a mesma estrutura” dos outros países da UE para “responder à situação dos cidadãos e empresas”.
A ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus afirmou ainda que Portugal “não está minimamente atrasado” no que diz respeito à aprovação do seu plano de contingência, que vai ser votado no próximo dia 27 no parlamento.
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