A Câmara de Coimbra, liderada pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt), apresentou hoje o “Plano Marshall” para a Baixa da cidade, um documento estratégico com 137 medidas, a grande maioria das quais em curso, contando com 51 ações planeadas, algumas delas já anunciadas no passado.

“O esperado e ambicionado ‘Plano Marshall’ deu lugar a um simples relatório de atividades, abundante em generalidades, ações prometidas (mas não cumpridas) e medidas avulsas que foram agregadas numa amálgama que pouco ou nada impactam, verdadeiramente, o problema do miolo da Baixa”, afirmou o vereador socialista José Dias, que falava durante a reunião do executivo, que começou horas depois da apresentação da estratégia.

Para o vereador, o documento apresentado é “uma mão cheia de nada” e um “ato de ilusionismo”, não encontrando naquele plano qualquer estratégia para a Baixa.

Em ano de eleições autárquicas, José Dias acredita que o documento é apenas “uma tentativa [do executivo camarário] de dar uma prova de vida”.

O vereador do PS notou que não foi constituído um grupo de trabalho associado à estratégia, envolvendo os vários agentes associados àquela zona histórica, recordando que o pedido de contributos aos trabalhadores municipais, “à vigésima quinta hora”, foi um sinal de “pré-eleitoralismo”.

“Imperava uma estratégia clara e objetiva, assente num diagnóstico sério, quantificada ao nível das métricas e com ações específicas já viabilizadas técnica e financeiramente”, constatou.

Na ótica de José Dias, a estratégia deveria estar assente em números, nomeadamente indicadores, com um plano de financiamento claro associado e com medidas detalhadas.

“Preocupa, aliás, o anúncio de que mais de 60% do apelidado plano se encontre concretizado ou em fase de concretização, atendendo à realidade verificada na Baixa”, disse, defendendo choques fiscais para fixar famílias na Baixa, criação de espaços verdes e infantis e a transformação daquela zona num polo de empregabilidade da economia verde.

José Dias notou ainda que o anunciado Centro de Arte Contemporânea de Coimbra, apresentado em 2022, continua a não passar “de mais uma miragem”.