Depois de chegar à maioria absoluta nas últimas eleições, o partido que formou governo, Partido Socialista (PS), caiu nas intenções de voto. Numa sondagem feita pelo ICS-ISCTE para o Expresso e SIC, com a pergunta de "em que partido votariam se as eleições legislativas fossem hoje?", os inquiridos dão empate entre PS e o Partido Social Democrata (PSD). Com a imputação de votos dos cerca de 18% de “indecisos”, o resultado atribui maioria ao bloco de partidos da direita, que chega aos 49% — juntando os 2% do CDS-PP, que no gráfico abaixo estão incluídos na categoria “outros partidos”. Porém, se retirarmos o Chega da equação, é a esquerda que é maioritária, com 43% das intenções de voto.
No final de 2022, quase metade dos portugueses considerava "más" as medidas de apoio à inflação, numa sondagem também feita pelo ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC, o que já revele algum índice para os resultados de hoje, com o ano de 2022 marcado pelos casos das urgências, a demissão da ministra da Saúde, Marta Temido. Mas, ainda não havia o 'caso TAP', com a questão da indemnização a Alexandra Reis e as demissões de Pedro Nuno Santos.
Não é só o PS que perde pontos, mas a esquerda. Uma leitura crua dos números mostra que não é nem para o Bloco nem para o PCP que vão os 7 pontos que voam das mãos do PS. Tão pouco para os pequenos partidos à esquerda, o PAN e o Livre. A percentagem encaixa exatamente no crescimento da direita, sobretudo no Chega (4 pontos percentuais), mas também na Iniciativa Liberal (2 pontos percentuais) e no PSD (1 ponto percentual). O que significa que, ao contrário do que tem sugerido, a esquerda não parece capaz de recuperar os potenciais “arrependidos” da maioria absoluta.
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