“Penso que esta iniciativa será certamente um contributo mais para que a estratégia negocial portuguesa possa ser bem-sucedida, sobretudo quando se torna cada vez mais urgente a conclusão de um acordo em torno das perspetivas financeiras”, afirmou.
O socialista justificou que “há todo um processo de regulamentação que é moroso e é necessário que toda essa regulamentação esteja concluída por forma a que, sobretudo nos fundos fora da agricultura, eles possam ter execução a partir de 01 de janeiro de 2021”.
Capoulas Santos foi o porta-voz da delegação socialista que se reuniu hoje, em Lisboa, com o primeiro-ministro, o socialista António Costa, no âmbito da Cimeira dos Amigos da Coesão, marcada para sábado, em Beja.
Aos jornalistas, assinalou que o PS “tem mantido, sobre esta questão, sempre a mesma posição, que é obviamente uma defesa intransigente dos envelopes financeiros da coesão e da agricultura e do desenvolvimento rural”.
Na sua ótica, também o “Governo tem mantido sempre uma posição de grande inconformismo relativamente às propostas para Portugal e a prova disso é o conjunto de iniciativas que tem vindo a desencadear desde que a proposta foi apresentada, nas diversas formações do Conselho [Europeu]”.
“O Partido Socialista obviamente que apoia e subscreve essa estratégia e ela está bem demonstrada” através do “prestígio crescente que Portugal conheceu nas diversas instituições europeias”, salientou.
Para Capoulas Santos, a “necessidade de conclusão de um compromisso é fundamental” e a cimeira de Beja “não deixará de dar um contributo pelo peso que o conjunto dos Estados-membros ali representados representam no Conselho”.
O primeiro-ministro, António Costa, recebeu hoje os partidos portugueses com representação no Parlamento Europeu, dois dias antes da cimeira dos países da coesão dentro da União Europeia (UE), que vai debater o orçamento comunitário 2021-2027.
António Costa recebeu hoje delegações do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PS e na sexta-feira vai receber o PAN.
A cimeira em Portugal terá lugar numa altura em que se mantém o impasse em torno das negociações sobre o orçamento da UE para 2021-2027, sendo que o objetivo comum dos 27 é alcançar um acordo até ao final do primeiro semestre, de modo a garantir que não há um hiato na transição entre o quadro atual e o próximo - como sucedeu há sete anos -, o que teria consequências a nível de programação atempada dos fundos.
Além do anfitrião António Costa, está já confirmada a presença do Presidente de Chipre e de mais 11 primeiros-ministros, entre os quais o da Croácia, Andrej Plenkovi, país que detém agora a presidência da UE.
Em Beja também vão estar os primeiros-ministros da República Checa, Eslováquia, Espanha, Eslovénia, Estónia, Grécia, Hungria, Malta, Polónia e Roménia.
Esta será a terceira cimeira dos países "Amigos da Coesão", depois de Bratislava e de Praga, e esta reunião de Beja realizar-se-á a pouco mais de duas semanas da cimeira informal de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, prevista para 20 de fevereiro e que foi convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
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