“Está o Governo seguro de que o projeto em execução não põe em causa os critérios e a legislação nacionais, nem os critérios internacionais para o reconhecimento formal daquele património e a sua inclusão na lista do Património Mundial da UNESCO?”, perguntam os parlamentares Margarida Marques, António Sales e José Miguel Medeiros.
Na pergunta, dirigida aos ministros do Planeamento e Infraestruturas e da Cultura, Pedro Marques e Luís Filipe Castro Mendes, respetivamente, os deputados querem saber também se “todas as modalidades de proteção foram equacionadas, com base em estudos científicos apropriados, no sentido de encontrar a melhor forma de proteger o monumento, minimizando os impactos ambientais”.
Por outro lado, exigem ainda conhecer se está a ser estudada “a possibilidade de alterar o sistema de portagens na A19 [autoestrada 19], com o objetivo de sensibilizar os automobilistas a utilizarem preferencialmente esta alternativa, proporcionando a redução do tráfego” no itinerário complementar 2 (IC2).
A colocação das barreiras junto ao IC2 defronte do Mosteiro da Batalha está a ser contestada, com populares a defenderem, ao invés, a isenção de portagens na autoestrada 19 (A19).
A A19 é uma autoestrada que liga Batalha a Leiria, numa extensão de 16,4 quilómetros, tendo sido inaugurada em novembro de 2011. Foi construída para retirar grande parte do trânsito daquele itinerário e minorar os efeitos do ruído e da poluição decorrentes da circulação automóvel junto ao monumento.
Hoje, o presidente da Câmara da Batalha, o social-democrata Paulo Batista Santos, disse que dez mil exemplares de variadas espécies vão ser colocados junto às barreiras de betão em frente ao Mosteiro Santa Maria da Vitória.
“Vão ser plantadas dez mil espécies, entre árvores, arbustos e plantas, que vão dissipar completamente o impacto visual das barreiras que nesta fase estão à vista, tornando mais agradável e mais atrativa a área e permitindo ver-se o mosteiro, porque irão intercalar com placas transparentes”, disse à agência Lusa Paulo Batista Santos, na sequência de um esclarecimento hoje emitido pelo município.
Paulo Batista Santos salientou que a colocação deste jardim vertical “cumpre a função relevante de redução das emissões de dióxido de carbono para o mosteiro”, que é Património Mundial da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura Mundial há mais de 30 anos, “organismo internacional que já por duas vezes notificou o monumento devido aos impactos do tráfego automóvel no IC2”.
O projeto deverá estar concluído no final do próximo mês.
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