Falando aos jornalistas no parlamento, Eurico Brilhante dias reagiu às declarações do líder parlamentar social-democrata, Joaquim Miranda Sarmento, que afirmou que o PSD irá votar contra as alterações ao Regimento se o PS insistir num modelo de debates com o primeiro-ministro com periodicidade mensal e sem as atuais réplicas dos partidos ao chefe do executivo.

Brilhante Dias recordou que a última alteração ao Regimento – que pôs fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro e foi aprovada em 2020 – contou com os votos favoráveis do PSD, numa altura em que o PS era “um partido minoritário no hemiciclo”.

“Fico um bocadinho perplexo que o PSD, que foi fundamental para termos uma maioria para rever o Regimento, para diminuir a frequência [dos debates com o primeiro-ministro] (…), o mesmo PPD/PSD quer votar contra quando o partido maioritário, que é o PS, vai aumentar a frequência da vinda do primeiro-ministro”, disse.

O líder parlamentar do PS acusou o PSD de ter “uma opinião às segundas, quartas e sextas, outra às terças quintas e sábados” e de mudar de postura à medida que muda de líder.

“Alguém tem de garantir alguma estabilidade. Percebemos que é preciso que o parlamento tenha na sua função fiscalizadora mais frequência de interação com o Governo. Por isso, propomos que os debates voltem a ser quinzenais com o primeiro-ministro e com ministros setoriais”, defendeu.

Questionado se o PS pode ficar sozinho a defender as alterações ao Regimento, Eurico Brilhante Dias respondeu: “Eu não sei se o PS ficará sozinho”.

“O PS continua a trabalhar neste modelo e (…) seria inapropriado da minha parte dar por finalizada esta discussão quando o grupo de trabalho que está a rever o Regimento continua a trabalhar”, afirmou.

Eurico Brilhante Dias referiu também que o PS “continua a trabalhar com todos os partidos” e continuará a discutir as alterações ao Regimento “até ao limite, até ao momento da votação final global”.

Interrogado se o PS está disponível para aprovar sozinho as alterações ao Regimento, Brilhante Dias salientou que o seu partido não quer “aprovar o Regimento sozinho”.

Abordando depois as declarações do líder parlamentar do PSD – que admitiu que, na especialidade, o seu partido poderá votar a favor de vários pontos do Regimento, apesar de os considerar “absolutamente laterais” -, Eurico Brilhante Dias salientou que isso mostra que o PS não votará “nunca sozinho”.